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Conhecendo A Blogsfera 003: Fábio Sakuda (XIL)

Continuando com a nossa série de entrevistas com os membros da nossa querida blogsfera animística brasileira, trago até vocês o papo que tive com Fábio Sakuda, autor do blog XIL, além de editor e escritor. Na conversa nós falamos sobre vários assuntos, dentre eles a vida profissional, vida de blogueiro, sua experiência no Japão e muito mais! Confira logo abaixo!

Anikenkai: Olá, Fábio. Fico muito feliz de você ter aceitado fazer essa entrevista para o Anikenkai. Como é de costume, diz pra gente um pouco sobre você.

Fabio: Valeu, DiEgo! Hehe! Tamos junto. Meu nome é Fabio, tenho 30 anos, sou editor e escritor, e ultimamente meu hobby é meu trabalho mesmo. Quando tenho algum outro tempo, jogo algum game que possa ser jogado rápido, tipo Call of Duty.

Anikenkai: O nome dessa coluna é “conhecendo a blogsfera” e apesar de seu trabalho ser mais como escritor e editor, você possui um blog pessoal que já existe há bastante tempo, não é?

Fabio: Sim, eu montei o meu blog pra voltar a escrever, depois de passar um tempo distante de tudo, de toda nerdice. Mas não deu pra ficar sem escrever, desenvolver ideias. Fiz primeiramente pra isso, tanto é que só passei link para amigos e usei o mesmo nome de uma lista de discussão que eu tinha no Yahoo! Groups.

Anikenkai: Qual o motivo do seu afastamento das nerdices de cada dia?

Fabio: Hm… Não lembro tão bem, acho que só cansei. Trabalhava muito, tinha namorada, tinha as baladas, viajava muito… E tava meio decepcionado com tudo, com quadrinhos, com a minha vontade de trabalhar nessa área. Eu ainda lia mangá, bem pouco mas lia. E jogava um ou outro jogo. Mas fui fazer outras coisas. Eu tava no Japão na época. Trabalhava muito, às vezes sábado e domingo também. Junta isso com uma certa incerteza com tudo e acho que todo mundo fica com a dúvida. Duvida do que fazer. Porque eu fui pra lá pra juntar grana pra poder fazer quadrinhos. Depois, pensei em tentar os concursos de lá. E eu percebi o quanto eu não estava pronto, o quanto eu tinha que estudar e no Brasil, eu nunca nem havia imaginado que teria que estudar tanto pra isso. Meu foco nunca foi exatamente falar de hobbies, criticar mangás, etc. Sempre foi o lado de ser criativo, quadrinhos pra mim nunca foi só um hobby, foi um sonho, uma meta de vida.

Anikenkai: É comum que muitos de nossos leitores queiram ir para o Japão, seja como meros turistas ou como eventuais quadrinhistas (como foi o seu caso). Conta um pouco como foi sua experiência por lá, o que você aprendeu, o lado positivo, o negativo…

Fabio: O Japão é um país incrível e com uma cultura muito interessante. Esse lado cultural bate muito com o dos brasileiros. O respeito às escolhas individuais, aos estilos, o lado extremamente honrado e o sentimento de formiga, de engolir o individualismo em prol de um bem coletivo é uma coisa que impressiona num primeiro momento. Cada japonês sabe o seu lugar e respeita o dos outros. Mas tem os lados perversos disso. A frieza. Aquele sentimento de manter as aparências a todo custo. O Japão tem muito aspecto ruim também na cultura. Pra visitar, eu indico. É um país maravilhoso, cheio de lugar pra visitar, pra todos os gostos, cheio de belezas naturais, limpo, seguro. Mas pra morar, não indico. Entre os brasileiros lá até existe uma certa compreensão de que viver lá 15 anos direto é danoso, psicologicamente falando.

Anikenkai: Você mencionou que tentou escrever quadrinhos por lá. Como foi essa experiência e o que você aprendeu com ela?

Fabio: Eu conto disso no meu blog com mais detalhes, mas o que eu posso falar é que eu fui pro Japão com um pensamento imaturo, de que eu era genial, ou pelo menos acima da média. E lá, eu nem arranhava a canela dos piores. Era visível. Depois que eu desisti e depois voltei a desenhar e escrever, eu conheci um grande amigo, que foi quem me ensinou muito coisa lá, que a gente chamava de Obo. Ele era japa, mas trampou muito tempo com brasileiros e já havia até viajdado pelo Brasil, conhecia mais lugares daqui do que eu. E no passado, ele tinha tentado a carreira de mangaká também. Ele que direcionou melhor o que eu deveria ou não estudar, me emprestou livros que não existiam mais, outros ele me indicou o nome e era a única pessoa, NO MUNDO, com quem eu podia ter aquele nível de conversa. E eu conhecia muita gente. Ele até tentou voltar a fazer mangá também, incentivado quando me via mostrando o que eu tava fazendo. Ele é uma figura chave no que eu sei sobre quadrinhos.

Anikenkai: O fato de você ter os quadrinhos como profissão e não só como hobby te dá um conteúdo bem diferenciado da maioria dos blogs. Mas ao mesmo tempo isso pode acabar segmentando demais os seus leitores. Qual sua visão sobre tudo isso?

Fabio: Bem, eu acho que tem espaço pra todo mundo, ainda mais nesse meio. Minha visão é mesmo de algo mais arquitetado, textos sobre técnica, analises que vão além de falar que tal ideia é boa ou ruim, acho que como eu sentia falta disso, outras pessoas também devem sentir. Já pensei e até tentei postar notícias e comentar acontecimentos. Mas minha praia mesmo é fazer um lance mais meditado, calculado.

Anikenkai: Como leitor do seu blog, tenho que perguntar… não pretende atualizá-lo com mais frequencia não? (risos)

Fabio: Ah, eu penso sim! Hehehe!  Oque acontece é que com a Ação, eu acumulei cargos. Eu respodia e-mails, moderava todas as redes sociais, preparava ações de divulgação, organizava muita coisa e ainda fazia o cargo que fui oficialmente chamado pra exercer, que era de editor de conteúdo. E não era pouca coisa, eu respondia a maior parte dos e-mails, coisa de 150 e-mails POR DIA em épocas quentes. Mesmo nos piores dias, a gente recebia pelo menos uns 20. Isso por seis meses. Agora que eu tô fora, eu pretendo voltar a escrever coisas, mas a verdade é que eu recebi a proposta de fazer um livro com o conteúdo do blog, então, eu também tenho que gerar conteúdo exclusivo pro livro e fico sem assunto pro blog. E tem o Twitter, que tem me estragado! Começo a escrever no Twitter e depois penso “Putz, devia fazer isso no meu blog!”.

 Anikenkai: Já que estamos falando de blogs, vou fazer aquela pergunta que faço a todos os entrevistados aqui: Quais os blogs (nacioanais de anime e mangá) que você lê com mais frequência?

Fabio: Eu leio pouco, leio mais os dos amigos e um ou outro artigo que se destaca por ai. Assisto o Video Quest sempre que sai, o Anikenkai, Gyabbo, JWave, Troca Equivalente… Gosto do Chuva de Nanquim e já li muita coisa boa do Otakismo. Eu gosto de blog que se leva mais a sério, não no sentido de “eu sou um profissional” mas de saber o que quer e fazer direito isso. Todos os que eu citei eu acho que vão pra frente, só param com algum desastre.

Anikenkai: Vamos para o bate-bola então?

Fabio: Vamos lá!

Mangás

Fabio: Masakazu Katsura, Naoki Urasawa, Inoue Takehiko.

Literatura Infanto-Juvenil

Fabio: Não leio muitos livros, só técnicos.

Bonecos

Fabio: Hm… Acho que dá dinheiro, trouxe um monte do Japão pra vender e tá tudo parado aqui no meu quarto. Que tenho pra mim mesmo, só um Luffy, um Alphonse Elric, coleção de guitarras de Beck, uns slimes. Fora esses, só guardo uns que eu ganhei.

Curry

Fabio: É o sabor da mamãe japonesa. Eu gosto. De preferência, mais forte, menos doce, com fukujinzuke e rakyô.

Hajime Saitou

Fabio: … Quem era?

(Fábio depois disse que deve ter sido um dos poucos que não gosta de Samurai X)

Gundam

Fabio: Gosto muito, fui no dia de abertura do modelo em tamanho real, passei na frente da fábrica de modelos em Kyoto… Gosto muito de UC, principalmente Zeta e Stardust Memories. Mas gosto dos mechas de Gundam W, do filme Endless Waltz, tinha os principais em HG, mesmo sem ter assistido a série ainda, na época. Aliás, eu montava um todo final de ano lá no Japão.

Anikenkai: Muito obrigado pela sua participação, Fábio! Pra terminar, deixe uma mensagem para os nossos leitores!

Fabio: Valeu, Diogo! Muito legal essa iniciativa sua! Espero que o pessoal se interesse em ir dar uma olhada lá no XIL (que se pronuncia  xil mesmo, não é Ecsil) e em breve eu devo postar mais alguma coisa, sempre pingado, mas, espero, sempre interessante!

Continuando com a nossa série de entrevistas com os membros […]