Tag Archives: Comportamento

BEDA #17 – Vocês assistem animes antigos?

Conforme vou interagindo com fãs mais novos, reparo que o costume de assistir animes antigos vem caindo. Eu vejo mais e mais gente interessada em acompanhar os animes do momento ou que terminaram recentemente. Parece haver um senso de presente que não havia na época que eu comecei nesse hobby.

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Conforme vou interagindo com fãs mais novos, reparo que o […]

Coluna do Fred: More money, more problems?

Oi, Fred aqui.

O Diogo já escreveu muito da minha opinião sobre o aumento dos preços dos mangás da JBC. Doze reais pelos produtos que eles oferecem realmente é abusivo…

Mas eu, que pensava no momento da notícia que jamais iria fazê-lo, ainda pretendo continuar comprando da JBC.

Não me levem a mal. Posso dar desculpas como “ah, só quero terminar minha coleção, blablabla”. É uma conduta normal do ser humano: Quando sabe que está fazendo algo repreensível, ele começa a tentar justificar o porquê de suas atitudes. Eu não vou me dar a esse trabalho. Eu só quero ler Hunter x Hunter e, infelizmente, a JBC é quem publica.

Hoje em dia, a JBC tem sido alvo de ataques constantes que, via de regra, acabam minimizando o serviço porco das outras editoras. Tudo bem que eles editam os mangás deles em guardanapos de lanchonete usados, mas isso não redime o serviço ruim das demais. A Panini cancela mangás e atrasa outros constantemente (sim, eu leio Kekkaishi). A Conrad, que Deus a tenha, eu nem preciso comentar. Newpop, apesar de terem feitos bons serviços até o momento, é extremamente inconstante em seus lançamentos…

Enfim, o mercado todo tem seus problemas e pagamos muito por isso. Tanto para o pessoal que quer um produto de qualidade, quanto pro pessoal que só quer ler.

Mas isso quer dizer que estou defendendo a JBC? De forma nenhuma. Os valores que eles cobram são irreais? Com certeza. Cobrar valores altos por produtos bons é uma prática normal do mercado. Cobrar valores altos por produtos ruins é burrice. Eu não sei de que forma tentaram justificar, se é que o fizeram, mas é um valor alto demais pra um produto com qualidade de menos.

Eu só acho que o caminho não é pensar quê, parando de comprar da JBC ou malhando só ela, as coisas vão melhorar. Estou esperando Kekkaishi 15 desde março e até hoje nem sinal de vida. E olha que já é trimestral… No fim das contas, comprar mangás no Brasil tem sido mais uma questão de escolher qual veneno você quer. Seja lá a escolha, você sempre sai lesado.

Ah, mas devo dizer que no meio desses problemas, a entrada L&PM foi um belo sopro de esperança. Lançaram dois gibis com ótima qualidade, preço não muito diferente dos praticados pelas velhas conhecidas e publicaram tudo de uma tacada só. Fiquei honestamente impressionado. Espero que tenhamos mais casos como esse para ajudar nosso mercado a melhorar. Eu ainda vou comprar Hunter x Hunter, mas espero muito que não caia no conto do vigário de querer ler outro mangá da JBC, até porque errar é humano, persistir é burrice.

Oi, Fred aqui. O Diogo já escreveu muito da minha […]

Uma análise do nosso fandom tendo como base o último capítulo de Genshiken…

ATENÇÃO: Você PODE ler esse post mesmo sem acompanhar Genshiken.

O último capítulo de Genshiken (73), me abriu a cabeça para um assunto que há muito eu havia deixado de lado ao ler a série, os problemas do passado das personagens. Mas antes de entrar diretamente no assunto, um breve resumo da situação para os que não acompanham a série:

A presidente do Genshiken, Ogiue, decide fazer um mangá em parceria com seu calouro, Hato. Para tentar se adequar ao estilo de arte de seu parceiro, ela decide criar uma história de romance colegial. No entanto, a mesma não tem experiência no assunto por mal ter possuído amigos em seus tempos de escola, muito menos um romance. Ela então decide perguntar aos seus calouros sobre suas histórias, já que eles saíram há pouco tempo do ensino médio. É aí que ela descobre que, assim como ela, nenhum de seus calouro teve alguma experiência romântica.

Para começarmos a analisar a situação, é necessário pensar no por quê da Ogiue ter acreditado que seus calouros teriam história para contar…

Comecemos com a Yoshitake. Uma otaku hardcore, que não aparenta ter nenhum trauma quanto ao seu hobby, tem um temperamento explosivo e desinibido e é bonita (apesar de um tanto baixinha). Essas características fizeram a Ogiue acreditar que ela poderia ter algo a acrescentar para sua história. A Yoshitake era vista como muitos nerds modernos o são, pessoas que no exterior não aparentam ser o que realmente são. Algo que como naturalmente houvesse sido criada um escudo de força para evitar que essa pessoa fosse reconhecida como um nerd por uma simples olhada rápida. O que não significa que ela tenha feito isso de propósito porque se envergonha do que ela é. Mas justamente o contrário. Por ela não ter problema em ser o que é, ela acabou tendo a mente aberta para incluir em sua rotina, por exemplo, senso de moda, vida social, etc. Um fenômeno interessante que tem acontecido muito recentemente no fandom.

Mas ao mesmo tempo que todo seu exterior diga que ela é uma “civil” (não-nerd), ela é uma über-otaku. E sendo o que ela é, acabou que ela dava atenção demais ao seu hobby e se esquecia da parte social da vida, o que acontece com muitos no fandom. Ou seja, mesmo ela não aparentando, ela “sofre” dos mesmos “problemas” de qualquer nerd. Ela se dedicava demais aos seus estudos no Clube de História, que mais era um clube otaku que qualquer outra coisa, e não “tinha tempo” para a vida social escolar.

E que tal a Yajima? Uma menina que claramente é uma otaku (gordinha, não liga muito para o que veste ou para sua aparência, fala pouco…)? Por que a Ogiue acharia que ela teria algo para contar? É algo difícil de se perceber e me tomou algum tempo. O caso é que a Yajima sempre pareceu uma pessoa com “experiência”. Ela muitas vezes captava algumas coisas que os outros não. Parecia que ela tinha mais noção de “vida em sociedade” que seus colegas. Algo como o Sasahara no início da série (lembram dele roubando o celular do Kousaka pra dizer para a Kasukabe que eles já estavam de saída e que ela poderia ficar com o Kousaka a sós logo no volume 1?). Esse ar de pessoa experiente com certeza foi o que levou a Ogiue a crer que a Yajima já tinha tido algum romance nos tempos de colégio.

O curioso é que, de fato, ela teve… mas não teve. Explicando…

Apesar do seu ar de experiente, ela é muito inocente, na verdade. Sua “experiência” no colégio foi a de um outro menino de sua turma ficar enchendo o saco dela fazendo piadinhas com ela de vez em quando. O bullying praticado pelo rapaz foi encarado por ela como uma forma de afeto. Afinal, era um garoto que falava com ela e mesmo quando ele mudou de turma e o bullying acabou, ele ainda se lembrava dela. Isso é o que ela considerou como um “romance”. Totalmente unilateral. O rapaz provavelmente não dava bola nenhuma pra ela, mas pelo simples fato dele falar com ela já despertou algum sentimento do seu lado.

Essa é mais uma característica do nosso fandom. Nerds devem ser as pessoas que mais tem paixões platônicas no universo. É impressionante o número de pessoas que se apaixonam pelas mais mínimas das coisas, e muitas dessas vezes essa pequena parte das pessoas ofusca o todo fazendo-os não enxergar o óbvio. Yajima se apaixonou pelo menino porque ele falava com ela, era o único. Isso não deixou que ela percebesse que, de fato, ela estava sendo alvo de bullying.

E Hato? O fudanshi cross-dresser? Por que ele teria histórias para contar? Ora… essa é fácil. Porque ele é bonito e sempre andou rodeado de garotas no antigo Clube de Arte do colégio. Mas ele é um fudanshi, um garoto que gosta de yaoi. Tem que ter algo de podre nisso aí. Infelizmente, o autor não nos deu o gostinho de saber mais sobre o passado do personagem. Ficará para o próximo post.

Mas antes de terminar essa breve análise, tenho que falar do Kuchiki. Ele não é um calouro do Genshiken, mas ele aparece nesse capítulo sendo o único que teve um romance de fato. O mais doido dos otakus que já passaram pelo Genshiken,  o ser menos improvável do universo, teve uma experiência romântica.

No último ano de escola, uma menina se confessou para ele. É, assim, de bandeja. A questão é que o relacionamento terminou menos de um dia depois. E o que podemos tirar disso em paralelo com o nosso fandom? É simples. Como é constante a quantidade de vezes em que desperdiçamos oportunidades que caem de bandeja para nós. Kuchiki confessou que falou com a menina no máximo uns três minutos naquela noite. Claro que a menina iria dar um pé na bunda dele no dia seguinte. Oportunidades são perdidas ou porque acabamos não sabendo como lidar com elas ou porque não acreditamos que seja realmente conosco. “Uma menina como essa dar mole pra mim? Não, não pode ser… ela deve estar me sacaneando” é um pensamento comum no fandom, não?

Aqui tivemos quatro exemplos de personagens que serviram como base para analisarmos aspectos e comportamentos do fandom. A questão é que  apesar do que eu falei, cada um é cada um. Pode ser que você não se encaixe em anda que eu falei aqui, como também pode ser que você se encaixe em tudo que eu falei aqui. Independente disso, os pontos de vista aqui apresentados são comuns no fandom… tão comuns que foram representados na história.

É engraçado como isso contrasta com a ideia de nerd que muitos tem hoje em dia… nerd-chic… mas isso é um assunto para outra época do ano

Não deixem de comentar.

ATENÇÃO: Você PODE ler esse post mesmo sem acompanhar Genshiken. […]

Apresento-lhes a nova coluna: "Arquivo Otaku"

Começo agora uma nova coluna aqui no Anikenkai, baseada no Fujoshi Files do meu colega blogueiro americano, @sdshamshel: ARQUIVO OTAKU.

Com essa coluna pretendo manter um arquivo de perfis de personagens otakus da cultura pop japonesa. Dos mais variados biotipos, estilos, formas, personalidades, origens, etc. A ideia aqui não é traçar um perfil do personagem, como, por exemplo, faz muito bem o Chuva de Nanquim nos Hall da Fama, mas sim analisá-los sobre a ótica de sua otakuzice.

Sempre me propus a analisar o fandom por uma ótica social, isso está na descrição do blog, então por quê não tomar uma iniciativa dentro do próprio objeto de agrupamento do fandom? É algo que quero fazer há algum tempo e agora vou finalmente colocar em prática.

Se vocês tiverem alguma sugestão de personagem (apesar deu já ter uma enorme biblioteca pra análise), podem me enviar por e-mail, tweet, comentário, etc. Espero que vocês gostem e aproveitem o conteúdo.

Começo agora uma nova coluna aqui no Anikenkai, baseada no […]

Apresento-lhes a nova coluna: “Arquivo Otaku”

Começo agora uma nova coluna aqui no Anikenkai, baseada no Fujoshi Files do meu colega blogueiro americano, @sdshamshel: ARQUIVO OTAKU.

Com essa coluna pretendo manter um arquivo de perfis de personagens otakus da cultura pop japonesa. Dos mais variados biotipos, estilos, formas, personalidades, origens, etc. A ideia aqui não é traçar um perfil do personagem, como, por exemplo, faz muito bem o Chuva de Nanquim nos Hall da Fama, mas sim analisá-los sobre a ótica de sua otakuzice.

Sempre me propus a analisar o fandom por uma ótica social, isso está na descrição do blog, então por quê não tomar uma iniciativa dentro do próprio objeto de agrupamento do fandom? É algo que quero fazer há algum tempo e agora vou finalmente colocar em prática.

Se vocês tiverem alguma sugestão de personagem (apesar deu já ter uma enorme biblioteca pra análise), podem me enviar por e-mail, tweet, comentário, etc. Espero que vocês gostem e aproveitem o conteúdo.

Começo agora uma nova coluna aqui no Anikenkai, baseada no […]

Para que servem os reviews?

Quando comecei a ver animes pela internet, lá pelo início dos anos 2000, era muito difícil você conseguir uma série inteira. Não digo nem que não haviam disponíveis, os fansubs já estavam atuando na rede. A grande dificuldade era a velocidade. 256kbps era velocidade da luz pra quem migrava dos (nem sempre) 56kbps da conexão discada, mas para quem baixava arquivos de vídeo da internet ainda era pouca. Então pegar uma série de 24 episódios era um martírio. Principalmente quando descobri o .avi, afinal, quando se vê em qualidade melhor, não se quer retroceder para um rmvb, por exemplo.

E além da dificuldade tecnológica de se acessar os animes, tem também a falta de informação. Pouco se sabia sobre o que acontecia na terra do sol nascente. Sendo assim, era necessário termos alguma fonte de conhecimento sobre as séries que valiam a pena ser assistidas. Não dava pra gente pegar só pra “ver qualé”. Era muito tempo pra baixar um episódio. Então os reviews eram uma excelente forma de se conhecer séries novas e saber se elas valiam a pena ou não serem assistidas. Você lia vários reviews, de várias séries, escritos por várias pessoas… era algo necessário.

Mas e hoje em dia? Não temos mais os mesmos problemas. É possível pegar uma série de 50 episódios em menos de uma hora. Assistir ao primeiro episódio de várias séries por temporada para decidir se continua assistindo ou não se tornou um hábito comum. Nós sabemos meses antes o que está pra sair no Japão. Pra que ler reviews hoje em dia então? Como os leitores se relacionam com os reviews?

Em busca de uma opinião que combine com a sua.

Por mais estranho que isso possa soar, as pessoas, buscam os reviews hoje para reafirmar suas próprias opiniões sobre determinada série. Por exemplo, o espectador comum assiste a Usagi Drop e gosta do que vê. Vai no site/blog/forum/etc que ele frequenta e começa a ler os reviews da série. Ele acha um review que lhe agrade, que fale bem da série e decide adotar os pontos expostos pelo avaliador como seus. Caso ele encontre reviews negativos, é capaz dele postar só dizendo que o avaliador não entende nada de animes e que a opinião dele é uma bosta.

Poucas vezes alguém lê um review sem ter prévio conhecimento da série e, muito menos ainda, muda de opinião dependendo do que foi exposto pelo avaliador.

Repare então que a mídia especializada teve que se adaptar a essa tendência de seus leitores. A maioria dos blogs/sites/etc agora pouco fazem reviews de séries que já acabaram. Só quando elas tem alguma polêmica envolvida ou são muito underground/antiga. De séries recentes, pouco se fala. O que fazemos agora (sim, me incluo) é postar “primeiras impressões”. São reviews rápidos, de um episódio só, que ainda mantém a razão de aconselhar e guiar os leitores no mundo de estreias que acontece a cada temporada. Com isso, obrigam os avaliadores a verem os episódios assim que saem e postarem suas impressões o quanto antes. Deixa passar uma semana ou duas e seu review já perde valor, porque um mar de gente já baixou o primeiro episódio pra “ver qualé”.

Mas ainda assim, mesmo com essa mudança, o público ainda enxerga os reviews como um reforço de sua própria opinião. Algo para dar apoio ao simplório “gostei/não gostei” do espectador comum. É algo que não podemos chamar de errado. É algo que é, simples assim. Cabe a nós nos adaptarmos aos novos leitores que aparecem.

A grande crítica que eu faço a toda essa realidade é que isso acaba deixando os avaliadores relaxados. As pessoas não mais procuram pautar suas avaliações em argumentos fortes. Muitos reviews acabam sendo umas centenas de palavras que poderiam ser resumidas em um “gostei” ou “não gostei”. Não há mais a necessidade de provar ao leitor que seu ponto de vista é válido. Que ele deve acreditar no que você diz porque você está dando motivos para ele fazer isso. Afinal, ele está lendo seu review depois de já ter uma própria opinião formada. Não importa os argumentos que você dê. Importa se ele concorda ou discorda da sua opinião final.

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Qual sua opinião sobre esse assunto? Comente!

Fiz esse post pautado em observações pessoais minhas. É óbvio que existem exceções. Existem ainda leitores que buscam reviews como forma de conhecer uma série, ou saber se vale ou não assistir a uma série, mas eles são minoria hoje em dia. Não digo que foi uma evolução para o pior, só foi uma mudança. Não tem como dizer se foi pior ou melhor. Tem argumentos bons para ambos os lados. Por isso, não tome esse post como uma ofensa caso você não se enquadre nesse “padrão” exposto aqui. 

Quando comecei a ver animes pela internet, lá pelo início […]