Category Archives: Genshiken

MBB Anikenkai LIVE! #06 – Últimos Mangás

E cá estou eu de volta. Dessa vez com um LIVE! adiantado!

Fazia tempo que eu não falava sobre mangás e então nada melhor que um LIVE! mostrando minhas últimas aquisições e comentários a respeito das mesmas. Espero que vocês gostem!

httpv://www.youtube.com/watch?v=94SGg1PhEak

Programa semanal sobre animes, mangás e nerdíces nipônicas em geral. O programa é apresentado por Diogo Prado, autor do blog MBB Anikenkai.

Nesse programa:

– Brave 10
– Who Fighter
– Buso Renkin
– Genshiken Vol. 9 (JPN)
– Genshiken Official Book (JPN)

Até o próximo post!

E cá estou eu de volta. Dessa vez com um […]

Kio Shimoku e o uso de pseudônimos nos mangás…

Quem acompanha meu twitter sabe que eu estou desenvolvendo um novo projeto aqui pro MBB Anikenkai e que este projeto envolve meu mangá favorito, Genshiken. Durante minha pesquisa pra iniciar o projeto, tentei me dedicar a achar o máximo de informação possível a respeito do autor do mangá, Kio Shimoku. Infelizmente, o que há disponível a seu respeito são informações bem restritas e pouco precisas. Qual o motivo disso tudo? Para quem não sabe, Kio Shimoku é um pseudônimo e sua identidade verdadeira nunca foi revelada publicamente. Isso limita, e muito, o que podemos saber sobre ele além dos mangás que fez. Foi aí que eu comecei a pensar sobre o uso constante de pseudônimos na indústria de quadrinhos japoneses.

Essa não é uma prática recente, Ozamu Tezuka, o pai do mangá, no início de sua carreira usou um pseudônimo, “Osamushi”. Parece que é uma tradição da indústria que se perpetua até hoje. Algo como o “nome artístico” dos atores e atrizes ocidentais. A diferença é que você não vê a cara deles estampada por aí em tudo com é revista. A diferença é o anonimato.

No mangá Bakuman, de Tsugumi Ohba e Takeshi Obata, os dois personagens principais querem ser mangakas e logo tratam de arranjar um pseudônimo para assinar seus trabalhos. No caso deles, temos dois artistas transformados em um através de um pseudônimo. Em Bakuman a coisa ainda é mais interessante porque Tsugumi Ohba, responsável pela história, também é um pseudônimo. Sua real identidade, seu sexo, qualquer informação a seu respeito, é mantida em completo segredo pelo departamento editorial da Shonen Jump.

Eu entendo que alguns casos o uso de pseudônimos é válido, como por exemplo um artista que quer se renovar, mudar os rumos da sua carreira, etc., porém, o uso de pseudônimos só pelo anonimato puro e simples é extremamente prejudicial para os leitores. O autor também é parte da obra. Se não conhecemos o autor, a obra está incompleta.

Como é legal ler entrevistas, como as que eu venho postando entre Takehiko Inoue e Eiichiro Oda, conhecer mais de perto os autores das nossas obras favoritas… e olha que Takehiko Inoue é um pseudônimo! Um pseudônimo público, como os já mencionados “nomes artísticos”.

O uso de pseudônimos tem seus momentos e motivos. Não cabe a mim julgar o porquê de um autor decidir se omitir de sua obra. Só acredito que isso, tornando-se permanente, seja prejudicial para nós, os leitores e fãs de tais obras.

Até o próximo post!

Quem acompanha meu twitter sabe que eu estou desenvolvendo um […]

Uma breve comparação entre as edições Americana e Japonesa do Genshiken Official Book

Quem acompanha o blog e/ou me conhece sabe que Genshiken é minha série favorita e a qual eu gosto bastante de analisar os mais diversos aspectos. Uma parte importante disso é o Genshiken Official Book, um livro contendo informações sobre a série, entrevistas, novas histórias, novas informações, dentre outros.

Nesse final de semana fui a São Paulo e, passando pela Livraria Fonomag na Liberdade comprei a edição japonesa do Official Book. Como eu já tinha a edição americana aqui comigo, decidi fazer uma comparação página a página entre as edições para saber suas diferenças e similaridades e passá-las para vocês poderem ficar mais bem informados sobre o assunto e por virtude ajudá-los a decidir que edição comprar. Lembrando que todas as fotos desse post podem ser ampliadas ao clicarem nelas.

Continue Lendo…

Quem acompanha o blog e/ou me conhece sabe que Genshiken […]

A transformação no guarda-roupa da Ogiue e os comentários da Saki

A Copa do Mundo com certeza está tirando o pouco tempo que eu tinha para postar aqui no blog, mas vamos tentar amenizar um pouco isso hoje.

Eu sou um leitor antigo do blog OGIUE MANIAX. Achei o blog quando estava para ser lançada a segunda temporada de Genshiken em anime e eu já tinha acabado de ler o mangá. Encontrei-o quando procurava mais sobre Genshiken e, principalmente, mais sobre a minha personagem feminina preferida, Ogiue Chika. Desde então me tornei fã do cara e de suas análises a respeito da série e de anime e mangá em geral. Sendo, incluisve, uma das minhas inspirações no jeito de escrever. É de autoria dele a observação inicial que motivou esse post. Lembrando que a devida autorização para uso do material foi concedida a mim pelo autor do blog.

Desde que acabei de ler Genshiken e passei a analisar a série e seus personagens, percebi que a história só aconteceu por causa de um único elemento, Saki Kasukabe. Ela não era uma otaku e estava ali pois seu novo e bonito namorado era, infelizmente para ela, um otaku. Como eu já havia elucidado nesse post, Saki era um elemento de oposição que não podia ser evitado pelos demais. Eles tinham que conviver juntos. Obviamente, em muitos momentos ela expressava sua opinião e suas idéias a respeito do grupo e vice-versa. Essa convivência diária motivou as mudanças e o desenrolar da história juntamente com o desenvolvimento e crescimento dos personagens como pessoas.

Um exemplo bem interessante, e que evidência a habilidade narrativa e o quão cuidadoso Kio Shimoku foi na criação do universo de Genshiken e de seus personagens, é a mudança pela qual passou a personagem Ogiue por causa de um comentário da Saki.

No início do volume 5, a Saki faz um comentário a respeito do visual masculinizado e largado da Ogiue dizendo que se ela vestissem roupas que combinassem mais com ela ficaria muito mais bonita. A conclusão do capítulo é o resultado das aventuras desastrosas da Ogiue pelo mundo da moda, porém, no decorrer dos capítulos seguintes até a conclusão do mangá, vemos que ela continuou a tentar melhorar sua aparência e renovar seu guarda roupa. Isso não é algo que percebemos de imediato e é uma mudança que, se não prestarmos atenção, passa facilmente batida. Ela é sem dúvida mais marcante após o início do namoro entre Ogiue e Sasahara. Ela passou a usar roupas mais femininas e que combinavam melhor com seu corpo, culminando com o visual escolhido por ela para a festa de formatura do Sasahara, onde vemos a personagem de saia pela segunda vez em toda a série.

Essa mudança, é só mais um dos fatores que demonstram o crescimento da personagem e a aceitação de ser quem é e da superação dos traumas da infância que ainda a perseguiam quando apareceu pela primeira vez no Genshiken.

Genshiken ainda me fascina até hoje. Ainda existem muitas coisas a serem exploradas por mim e muita coisa pode se tirar a respeito do mundo otaku através dele.

Obs: Não deixem de visitar o OGIUE MANIAX, excelentes textos, porém, só em inglês.

A Copa do Mundo com certeza está tirando o pouco […]

“I don’t have a single piece of regular porn” – Madarame

Madarame é o meu personagem masculino favorito em Genshiken. Os motivos variam bastante e, ao invés de enumerá-los aqui, mostrarei para vocês quem é Harunobu Madarame.

Madarame não era o presidente do Genshiken quando Sasahara entrou no clube, porém, agia como tal e, de fato, poderíamos chamá-lo de presidente moral. Afinal, ele é a essência do otaku em carne e osso. Carinhosamente categorizado como um otaku militar por seu fator hardcore ser elevado, Madarame vivia para seu hobby. Muitas vezes estava sem dinheiro, não porque tinha pouco, mas sim porque gastava muito com dojinshis e outras otakuzices.

Muitas de suas ações se tornaram amplamente conhecidas no fandom, como a frase no título do post que, se você não entende inglês, significa “eu não tenho um único exemplar de pornô tradicional (não-hentai)”. Outra participação sua ganhou vida fora das páginas do gibi: a explicação sobre como é natural o ser humano se excitar assistindo a pornô 2D ainda é usada por muitos otakus que discutem hentai por aí.

Madarame pouco “evoluiu” se tratando de sua otakuzice, porém, como pessoa a história é diferente. Convivendo diariamente com Kasukabe e tendo seu estilo de vida confrontado e tendo que muitas vezes fazer coisas contra sua vontade, como quando ela o obrigou a ir comprar roupas novas e mais estilosas, Madarame aprendeu bastante.

Essa convivência acabou despertando certos sentimentos por ela que, por causa de sua timidez, teve que guardar para si. Essa relação, apesar de nunca ter se concretizado e não ser recíproco, rendeu bons frutos para ambos e é um dos motores de toda a história.

Harunobu Madarame é um personagem divertido e interessante de acompanhar. Ele é bem seguro quanto a suas idéias, mas ainda assim costuma escutar os outros e tenta, na medida do possível, conversar quando contrariado. Ainda assim, Madarame é muito ligado ao Genshiken e, mesmo tendo se formado, continuou visitando o clube já que conseguiu um trabalho bem perto da universidade.

Se você está ainda mais interessado no Madarame, não deixe de ler esse post que escrevi sobre “Os Dez Mandamentos do Otaku”.

Até o próximo post!

Madarame é o meu personagem masculino favorito em Genshiken. Os […]

O desenvolvimento de Kanji Sasahara

Depois do post inicial sobre Genshiken, achei que seria legal começar uma sequência de análises de alguns dos principais personagens. A idéia me veio à cabeça pois vi que, através do estudo, se é que posso chamar assim, em cima desses personagens os leitores poderiam fazer uma análise de si mesmos e de sua relação com seu hobby.

Kanji Sasahara, antes de entrar na universidade, vivia longe dos grandes centros do Japão. Seu acesso a animes, mangás e otakuzices em geral era limitado. Ele nunca havia visitado Tóquio, tido um computador próprio ou comprado um dojinshi. Quanto a sua relação com outros otakus, apesar do mangá não deixar claro, há a idéia de que ele era isolado em seu hobby e não compartilhava seus gostos com seus colegas. Esse pode ter sido um dos motivos de Sasahara ter se tornado um garoto muito reservado e calado.

Quando entra na faculdade e visita a Feira de Clubes (onde os clubes da universidade se apresentam para os calouros), Sasahara hesita bastante antes de dar uma olhada no Genshiken e, mesmo depois de visitar o estande do clube, demora algumas semanas para efetivamente visitar a sala do grupo. Tal atitude só mostra como o personagem era inseguro com relação a si mesmo.

No decorrer da série, no entanto, após começar a frequentar o Genshiken, Sasahara passa a ficar mais confiante e se aceitar como otaku. Porém, a mudança não ocorre de imediato, ela é gradual e a cada capítulo podemos observar seu desenvolvimento. Em pontos como esse que percebemos a excepcional competência narrativa de Kio Shimoku (autor de Genshiken).

No início de sua convivência com os outros membros, ele sempre se via em situações que tinha que optar ou por continuar calado e fechado  ou por aproveitar as oportunidades do momento. Essas constantes indagações começaram a fazer com que ele percebesse que não precisava se esconder dos outros pois eles não passavam de otakus como ele. Essa epifania já ocorre logo no primeiro volume e dá início a uma série de mudanças que se potencializam quando Sasahara se torna o 3º presidente do Genshiken.

Quando Sasahara aceita a proposta de se tornar presidente vinda de Madarame, ele passa para uma segunda fase de sua vida onde não só vai ganhar mais confiança, mas como também desenvolverá uma força de vontade que nem ele sabia possuir.

No decorrer da série, Sasahara acaba conseguindo um emprego como editor de mangás, fruto de seu empenho na produção do primeiro dojinshi do clube durante sua presidência, e também consegue estabelecer um relacionamento amoroso com Ogiue. Nesse ponto, vale observar que Sasahara já não é mais o mesmo personagem do início do mangá. Autoconfiante, entusiasmado, ativo, responsável, sua relação com a Ogiue é a maior prova disso. Sua maturidade em relação a si mesmo faz com que ele consiga lidar com os problemas dela e entendê-la de uma maneira que só ele conseguiria.

Os capítulos finais, focados no relacionamento entre os dois, são uma das melhores sequências que eu já vi em um mangá. Durante toda a série, Sasahara é o personagem com que o leitor acaba tendo mais intimidade. É através do olhar dele que a história se desenvolve, nos permitindo acompanhar de perto esse desenvolvimento.

Esse é só um dos pontos que fazem Genshiken ser uma das minhas séries favoritas e uma das minhas maiores influencias na maneira como penso a respeito do meu hobby. A relação de seus personagens com nós, otakus da realidade, é inevitável e isso só torna a história ainda mais interessante.

Não deixem de comentar e até o próximo post!

Depois do post inicial sobre Genshiken, achei que seria legal […]

O que é o Genshiken?

Para começar essa série de posts, achei prudente explicar o que é o Genshiken. Não estou falando da obra Genshiken, mas sim do clube da fictícia Universidade Shiiou em Tóquio. O nome é uma abreviação para Gendai Shikaku Kenkyuukai que significa Sociedade para o Estudo da Cultura Visual Moderna. Basicamente um clube de nerds que tinha como intuito  trazer para um só lugar conteúdo de animes, mangás e video-games.

Porém, com o tempo, outros clubes passaram a fazer o mesmo, pois as diferenças entre essas áreas estavam diminuindo. O Genshiken acabou por se tornar um local onde os membros usavam para passar tempo e não mais se empenhavam em realizar atividades com seu objetivo inicial. Acabou se tornando um clube onde iam parar os nerds que não conseguiam se encaixar nos outros.

Apesar de sua história vanguardista, o Genshiken perdeu importância e respeito. Seus membros eram vistos como meros otakus preguiçosos que não faziam nada o dia inteiro. E de fato o era. Pelo menos até o ponto em que começa o mangá, na primavera de 2002 (as datas são referencias dentro da história e não do mundo real). Foi nesse ano que o Genshiken, antes composto por Harunobu Madarame, Souichiro Tanaka, Mitsunori Kugayama e o Presidente (o nome dele nunca foi revelado), recebeu três novos membros: Makoto Kousaka, Saki Kasukabe (até o momento só acompanhando o namorado Kousaka) e o personagem principal da série, Kanji Sasahara.

O mangá começa nesse ponto pois, além dele ser a entrada do protagonista no clube, foi a época em que o Genshiken começou a sofrer mudanças que afetariam a vida de todos aqueles otakus que estavam confortáveis com sua posição a par da própria sociedade otaku. O clube recuperaria uma identidade própria. Da mesma forma como antes os membros do clube tinham liberdade para escolher que mídia se dedicar e compartilhar com os colegas, o Genshiken agora seria mais que isso. Seria um lugar onde os membros poderiam discutir abertamente sobre seus hobbies. Sem preconceitos, sem imposições. Liberdade para serem o que são e não o que outros acham que eles devem ser.

Para falar como isso acontece temos que analisar muitos pontos dessa série que me agradou por ser uma história quase tangível. Quase uma extensão da realidade em que muitos de nós vivemos. Por isso, espero que vocês continuem a acompanhar essa série de posts que, repito, não será interessante só para leitores e fãs de Genshiken, mas para todo o fandom.

Até o próximo post.

Para começar essa série de posts, achei prudente explicar o […]

A Sociedade Para o Estudo da Cultura Visual Moderna

Comecei esse post com o intuito de falar sobre a nova temporada de K-ON. Porém, antes do final do primeiro parágrafo, me peguei olhando para minha coleção do mangá Genshiken que fica perto do meu computador. Peguei o volume 4 japonês para dar uma folheada e comecei a rir revendo as situações ali presentes. Foi daí que me toquei que o MBB Anikenkai começou há quase 2 meses e eu nunca fiz um post dedicado a Genshiken, meu mangá favorito e um dos motivadores para a criação do MBB Anime Kenkyuukai que, para quem não leu a página “Sobre Nós”, significa Sociedade para o Estudo de Animes do MBB. Viram a semelhança?

Pois bem. Comecei então a pensar no que escrever e as idéias foram tantas que percebi que não caberia em um único post. Por isso, decidi que a partir dessa semana, começarei a escrever alguns posts sobre Genshiken em meio aos posts normais do MBB Anikenkai.

E é importante ressaltar que não estou fugindo do tema principal do blog, muito menos escrevendo para um público específico, fã do mangá e do anime. Genshiken trata sobre o mundo otaku. É um slice of life dos mais sinceros e verossímeis que eu já li. Os assuntos que serão tratados por mim nesses futuros posts não irão ficar presos à Genshiken e a seus personagens, mas sim se expandirão para todo o fandom de animes e mangás podendo inclusive entrar na categoria “comportamento”.

Espero que vocês gostem desses posts e que comentem. Mas não se preocupem. Os outros posts continuarão a aparecer no blog. Inclusive este de K-ON que eu estava planejando escrever.

Até o próximo post.

Comecei esse post com o intuito de falar sobre a […]

Os Dez Mandamentos dos Otakus (por Madarame)

Para quem ainda não sabe, eu sou fã de Genshiken e recentemente adquiri a versão americana do databook da série. Dentre um monte de curiosidades interessantes destaca-se um capítulo chamado Os Dez Mandamentos dos Otakus (por Madarame). Nesse capítulo o uber-otaku Madarame nos mostra as diretrizes de com ser um verdadeiro otaku. Enquanto eu lia e me divertia lembrando dos momentos citados percebi que muitos ali poderiam ser aplicados a nós, Otakus ocidentais.

Um dos motivos pelos quais criei o MBB Anikenkai foi justamente para ter um lugar onde poderia construir uma análise do fandom ocidental, traçar seu perfil e entender sua dinâmica enquanto grupo. Sendo assim, não podia deixar passar essa oportunidade e daí surgiu a idéia para esse post. Analisar esses “10 mandamentos” de uma perspectiva ocidental e não oriental como no databook.

01. Quando estiver comprando fanzines, não olhe para o preço.

Bem, nós raramente compramos fanzines. Sejam eles fanzines adultos ou não. Porém, a idéia desse mandamento é a de que quando estiver comprando algo relacionado a seu hobby, não se importe com o preço. Nem que lhe sobre pouco para o resto, o seu hobby merece prioridade. Digo por experiência própria que já deixei de sair a noite ou comer fora pois tinha gastado meu dinheiro com gibis, video-games, DVDs/BluRays e coisas do gênero. Sei que muitos otakus ocidentais fazem o mesmo pois é uma simples questão de prioridades. O que é mais importante pra você? Sair todo fim de semana ou comprar o blu-ray importado do último filme de Evangelion?

02. Eu não tenho um único exemplar de pornô normal.

Esse mandamento veio da célebre frase de Madarame quando perguntado se ele tinha algo além de hentais. Nesse ponto nem temos como comparar. Os otakus japoneses levam tão a sério seu hobby que deixam de enxergar o mundo a sua volta chegando a casos extremos de só sentirem atração por personagens 2D (como gostam de chamar as personagens de animes e mangás).

03. Aquele é o salão principal. Lá é o nosso campo de batalha.

Apesar de não termos eventos como a Comic Fest e termos que brigar pelos fanzines mais populares, todo otaku/nerd/geek que se preze sente-se realizado por conquistar um item raro para sua coleção ou até mesmo estar na fila para ser um dos primeiros a por as mãos em um novo jogo. Novamente por experiência própria, posso afirmar isso. Lembro detalhadamente de como foi estar em Nova York no dia de lançamento de Street Fighter IV, ter ficado na fila e poder dizer que fui um dos primeiros a colocar as mãos no jogo.

04. Certo… eu tenho que fazer o que eu tenho que fazer.

Um complemento do mandamento anterior. Nossas coleções são uma extensão de nós mesmos, por isso damos valor e lutamos por novos itens. Passamos frio, fome, sono… tudo para ter aquele gostinho de conseguir o que queríamos.

05. Compre agora, pense depois.

Uma verdade universal. Quantas vezes já não fizemos aquela compra online que quando chegou a fatura do cartão ficamos desesperados para arranjar um meio para pagar? Perdi a conta. Nesse ponto não somos nada diferentes dos otakus japoneses. É melhor ter que lutar pra conseguir pagar a fatura do cartão do que se arrepender de ter perdido uma ótima compra.

06. Se eu não fizer, vou sentir como se tivesse fracassado.

Esse é um mandamento bem específico da série. Quando Madarame percebe um pêlo saindo do nariz de Kasukabe ele tem que superar todos os seus medos e se comunicar normalmente com uma garota. Apesar de sermos otakus muito mais sociáveis que nossos companheiros nipônicos, ainda encaramos muitos problemas por causa de nosso hobby como por exemplo explicar para a namorada que não irá sair com ela pois vai ficar jogando video-game online com seus amigos, ou explicar o porque de você comprar gibis com mulheres peitudas se você tem ela alí disponível pra você. Coisas que em qualquer lugar do mundo parece super-normal para nós mas que nunca entrarão na cabeça de nossas mulheres.

07. Ele não para quando está falando sobre isso.

Algum amigo civil (não-nerd/não-otaku) já te perguntou sobre animes, ou games, ou mangás, ou seja lá o que for parte da cultura pop? Você acabou se empolgando mais do que devia e falando mais do que seu amigo esperava ouvir? Pois saiba que isso é normal. Nós gostamos de falar de nosso hobby. Seja aqui ou seja no Japão, é normal nós nos empolgarmos quando falamos do que gostamos. Um surfista adora falar sobre surf. Um skatista adora falar sobre skate. Um otaku adora falar sobre otakuzices, oras.

08. Eu ficarei tão envergonhado se aparecer na Comic-Fest bronzeado.

Aqui não tem como fazer um paralelo. É realmente um mandamento japonês. Trata sobre o fato dos otakus viverem tanto para seu hobby que dedicar tempo para cuidar de sua aparência chega a ser motivo de piada entre os outros otakus. Por aqui nunca vi isso acontecer e espero nunca ver. Amigos otakus e leitores deste blog, cuidem bem de sua saúde e de sua aparência.

09. Você não pode tentar ser um otaku. Você simplesmente acorda um dia e percebe que é um.

A verdade universal dos otakus. Nerds de verdade são aqueles que não fizeram nada para serem, apenas o são. Você não escolhe ser um otaku, você simplesmente é um. Com essa nova onda nerd-chic que vem aparecendo no mundo ocidental, onde ser nerd tá na moda, acaba por atrair pessoas interessadas em “se tornar” um. Um pecado. Nerds são nerds porque são nerds. Vários acontecimentos em nossas vidas nos transformaram no que somos hoje. Por isso não adianta tentar ser uma coisa que não é. Fica a mensagem.

10. O ar aqui está rarefeito demais para um otaku como eu. Eu vou ficar maluco! Vou morrer por falta de oxigênio.

A frase acima foi dita por Madarame quando este estava fazendo compras em Shibuya e Harajuko, centros da moda japonesa. Lugar proibido para um otaku como ele… e como nós também! Se tem uma coisa que eu não suporto são lojas de roupa! Seja a falsidade das vendedoras ou os preços exorbitantes, eu não consigo ficar muito tempo em uma delas. Quando vou comprar uma roupa, entro na loja, dou uma olhada eu mesmo, se eu gostar de algo peço pro vendedor pegar meu número, experimento, se gostar eu compro se não devolvo. Nada mais que isso. Sou só eu? Acho que não.

Pois bem, esses são os Dez Mandamentos presentes no databook de Genshiken e aqui comentados por mim. O post já está gigantesco por isso vou parando por aqui. Comentários são sempre bem vindos.

Até o próximo post.

Para quem ainda não sabe, eu sou fã de Genshiken […]