Primeiras Impressões da Temporada de Inverno 2016 – Parte FINAL

Enfim chegamos ao último post dessa série de primeiras impressões da Temporada de Inverno 2016. Falamos de um monte de animes nessa últimas semanas e acredito que cada um de nós já escolheu nossos favoritos, o que vamos acompanhar, o que droppamos, etc. Nesse último post, falaremos dos principais animes que ainda faltam ser abordados: Luck & Logic, Dimension W, Hai to Gensou no Grimgar e Ajin! Bora lá…


Luck & LogicDireção: Kouichi Chigira – Roteiro: Yuuya Takahashi – Estúdio: Doga Kobo

Animes Luck and Logic - 01

Para um anime que, primordialmente, serve para promover um card game, Luck & Logic é uma grata surpresa. Embalado por uma boa qualidade visual, o que acaba sendo um grande ponto positivo em seu objetivo inicial, o anime faz um bom trabalho em nos introduzir ao seu universo. Pouco temos de narrativa expositiva e mais de percepção do universo através de diálogos e de ações dos personagens, o que sempre atiça minha atenção por saber mais sobre quem são esses personagens, como eles se relacionam com o mundo ao seu redor e, claro, que mundo é esse.

Porém, no final do dia, Luck & Logic ainda é um anime feito para vender card game. Isso se nota no design rocambolesco demais dos personagens, especialmente das roupas de batalha. Dá pra ver que são designs muito melhor aproveitados de maneira estática que em movimento. Por sinal, embora a direção de arte seja até bem competente, dá pra ver que o anime economiza em momentos que não é para economizar, principalmente com o uso de CG de qualidade duvidosa.

Luck & Logic foi uma surpresa, mas ainda assim não suficiente para me manter realmente interessado no que ele tem para mostrar. Se você conhece o jogo, pode ser algo bem legal de se ver, mas para um leigo como eu, descartável.

Dimension WDireção: Kanta Kamei – Roteiro: Shoutarou Suga – Estúdio: Studio 3Hz

Animes Dimension W - 01

Depois de ler a sinopse e ver o trailer de Dimension W eu já estava pronto para gostar do anime e não deu outra. Esse primeiro episódio me deixou grudado na tela do começo ao fim. Para começar, gostei bastante da ambientação, embora seja necessário um revelar um pouco da “física” por trás de geradores portáteis de energia trans-dimensional e a explicação besta para a nomeação da “Dimensão W”. Independente disso, o mundo ali mostrado me pareceu bastante crível e para uma história de ficção científica, nos fazer acreditar que seu mundo é verossímil é essencial. Meteram até o nome de Nikola Tesla no meio pra dar mais veracidade ao mundo. Curti.

Um segundo ponto a se destacar seria a qualidade de animação e de som desse anime. Adorei as sequências de ação, o design dos personagens, a direção de arte e, claro, a trilha sonora. Todos esses elementos funcionam em harmonia e me fizeram colocar o novato Studio 3Hz no meu radar.

Por fim, falo um pouco sobre a história desse primeiro episódio, em especial a participação do nosso protagonista, Kyouma Mabuchi, e do papel da robô Mira Yurizaki naquela situação. Kyouma se mostrou interessantíssimo pra mim. Um cara que faz o trabalho sujo de caçar pessoas que fazem uso ilegal da energia da dimensão W, mas ele mesmo não gosta de tal energia. Sua motivação é ganhar grana para poder comprar gasolina e poder curtir o motor de combustão interna do seu carro antigo. To cool. Yurizaki, por sua vez, apesar da aparência fofinha, parece ter bastante força e um papel fundamental nos eventos que estão por vir. A cena em que ela entra em convulsão após o mega pulso eletromagnético foi intensa e a, previsível, revelação do episódio a coloca como peça chave da história. A relação entre esses dois protagonistas promete.

Dimension W é um anime com bastante potencial. Tem um mundo interessante e cheio de possibilidades, bons personagens e uma boa equipe técnica por trás. Pra dar errado tem que querer muito. Prevejo muita discussão sobre a evolução e o uso da tecnologia, sobre a ganância econômica, sobre ética, robótica, etc.


Hai to Gensou no GrimgarDireção e Roteiro: Ryousuke Nakamura – Estúdio: A-1 Pictures

Animes Hai to Gensou no Grimgar - 01 - Large 06

Nossa, como esse anime é bonito. A A-1 Pictures tem tradição de fazer animes com alta qualidade de produção, mas nossa, Hai to Gensou no Grimgar (ou só “Grimgar” para encurtar) se destaca dos demais, especialmente pelos belos efeitos de iluminação. Porém, não é só o visual desse anime que está bem feito, mas a história também me agradou bastante.

Em um primeiro momento ela se parece demais com o agora já velho clichê de “jovens ficam presos num jogo de RPG online onde tem que lutar para poder voltar para seu mundo”, porém, na verdade, seu conceito é suficientemente distinto e interessante. Um grupo de jovens acorda em um lugar que não reconhecem e sem memórias claras de onde vieram ou de quem são. Esse novo mundo é o típico mundo básico de RPG. Você tem que escolher uma guilda para definir a sua classe e tem que caçar monstros e ir em quests para conseguir dinheiro para poder se manter alimentado e abrigado. Quanto mais dessas quests você faz, mais prestígio você ganha e mais cotado você fica dentro da sociedade de caçadores que eles acabam sendo forçados a entrar. Nessa situação, o grupo se divide entre os fortes e os fracos. Como você já deve ter imaginado, nós acompanhamos o grupo fraco… e isso é ótimo.

Os personagens até o momento não são muito interessantes, mas isso possibilita vermos seu crescimento gradual e o desenvolvimento individual de cada um e de seus relacionamentos. Eles são quase que uma página em branco pronto para ser preenchida e os pequenos lapsos de memória de suas vidas passadas (até o momento apenas palavras que eles acabam usando por impulso mas não sabem exatamente o que significa, como “celular”) dão um temperinho a mais nesse possível desenvolvimento.

Por outro lado, essa necessidade de tomar seu tempo para desenvolver os personagens pode acabar afastando alguns que considerem essa pegada um tanto lenta. Nesse primeiro episódio, o grupo não conquistou nada, apenas atestou sua inaptidão de derrotar dois míseros goblins. Porém, o diretor decidiu, espertamente, começar o episódio já com uma extensa e muito bem animada, para não deixar o espectador que estava buscando esse tipo de coisa desanimado. Acredito que teremos um bom equilíbrio de desenvolvimento de personagens e de ação. Nada a temer aqui.

Para não me estender demais aqui nessas primeiras impressões (já falei pra vocês que gosto quando animes me dão assunto para escrever sobre e eu tenho que acabar me cortando senão vira um textão, né?), digo que minha única reclamação foram as desnecessárias cenas com foco em bundas e peitos. Completamente fora de contexto, elas culminaram num monólogo ridículo de um dos personagens a respeito da falta de peito de uma das personagens. Enfim, se não exagerar daqui pra frente, será tolerável.


AjinDireção: Hiroyuki Seshita e Hiroaki Andou – Estúdio: Polygon Pictures

Animes Ajin - 01

Pega um plot bem legal, uma trilha sonora animal e coloca num anime feito em CG xexelento e você terá Ajin.

Quantos mixed feelings assistindo a esse primeiro episódio de Ajin. Começando pelo lado positivo, eu gostei bastante do que foi mostrado nesse primeiro episódio. A parte expositiva sobre o que são os Ajin e como está a situação deles no Japão atual foi bem conduzida, a reação do personagem principal ao ver que todos descobriram que ele era um Ajin foi bem crível e deu um bom tom de desespero e urgência para fazer a história andar e a trilha sonora estava simplesmente animal. Seria um primeiro episódio incrível se não fosse a animação.

Eu fui um dos que defendi o CG da Polygon Pictures quando eles fizeram Sidonia no Kishi e eu ainda defendo porque naquela série ele funcionou bem. Já em Ajin, um anime que tinha muito mais expectativa em cima do que Sidonia, a coisa já não funcionou tão bem. Ficou uma mistura de CG com animação 2D, movimentos nem um pouco fluidos e uma oscilação de qualidade bizarra entre cenas. No geral, um trabalho que eu consideraria bastante desleixado e não a altura de um anime adaptado de um mangá tão em alta.

Não sou contra o uso de CG em animes, mas tem que ser bem feito. Comparando ainda com outro anime dessa temporada todo muito bem feito em CG, Bubuki Buranki, Ajin parece ainda mais feio. Uma pena pois esse é o primeiro episódio, o cartão de visitas de uma série e onde o maior orçamento normalmente é depositado. Se nem o primeiro episódio ficou legal, o que imaginar do resto. Esse anime só prestou para me deixar com vontade de ler o mangá e acredito que será isso que vou fazer… mas sentirei saudade da trilha sonora.

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

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7 thoughts on “Primeiras Impressões da Temporada de Inverno 2016 – Parte FINAL”

  1. Diogo gringar não melhora fica pior , segundo ep começar no climax e vai pro normalidade do nada , Dimension w e mal animado isso se ve na cara , eu vi achei o primeiro ep interessante só o segundo que virou o cliche chato vamos que no que da ja que vai ter trez eps o anime , acho que você se empolgou demais com gringar e dimension w vai com calma

  2. Dimension W me surpreendeu nos 2 episódios, realmente não esperava nada do anime.
    Já Gringar estava ótimo até te bombardearem com Fan service no meio episódio perdendo ums 5 min em uma conversa sobre peitos, temos que observar se o ecchi não vai atrapalhar o andamento como aconteceu

    1. Esse é meu ponto quanto a Grimgar. Espero pelo melhor, mas não sei se passa do teste dos três episódios.

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