Gundam: Iron-Blooded Orphans – Primeiras Impressões

Quando eu descobri que o novo anime da franquia Gundam seria roteirizado por Mari Okada (Toradora, Anohana, WIXOSS), eu fiquei bastante curioso. O que iria sair daí? O que uma roteirista bastante conceituada por suas séries dramáticas poderia acrescentar a Gundam? Apesar de ainda ser muito cedo para responder a essas perguntas, esse primeiro episódio de Iron-Blooded Orphans (Tekketsu no Orphans, em japonês) deu um pontapé inicial muito empolgante.

Sendo uma série independente do restante da franquia – o que a torna um excelente ponto de partida para aqueles interessados em começar a assistir algum Gundam – Iron-Blooded Orphans nos transporta para um futuro onde as colônias de Marte estão buscando independência da Terra. A cidade de Chryse é o epicentro desse movimento separatista que está enfrentando forte resistência de diversas organizações terrestres que querem forçar o planeta vermelho a continuar contribuindo com a economia terrestre. Kudelia, uma poderosa aristocrata da família Bernenstein, é tida como o avatar da rebelião. Ela decide ir em uma missão diplomática à Terra para tentar negociar a independência de Marte. Em um movimento simbólico, ela decide usar os jovens órfãos do Terceiro Grupo da CGS, uma organização privada de segurança, como sua equipe de escolta, composto pelo nosso protagonista, Mikazuki, junto de seus colegas Orga, Biscuit e Eugene. Ela buscava, com isso, tentar se aproximar mais das pessoas que nasceram e cresceram em Marte e que estão mais sofrendo com todo essa situação.

gundam_iron-blooded_orphans-01No entanto, às vésperas da partida, a CGS é atacada pela organização militar Gjallarhorn, que busca conter a rebelião atacando seu centro. Os altos oficiais da CGS decidem usar os garotos Terceiro Grupo, dentre outros órfãos, como distração enquanto fugiam do campo de batalha. Percebendo a movimentação covarde de seus superiores, Orga assume a liderança e ordena Mikazaki a atacar os generais da Gjallarhorn usando um mobile suit da época da “Calamity War” que estava servindo como fonte de energia para a CGS, o Gundam Barbatos.

É nesse ponto que termina o primeiro episódio e, se você achou que é muita informação para se absorver para um só episódio, relaxe, você não está sozinho. A franquia Gundam sempre foi conhecida por suas mega-tramas, muitas vezes exageradamente complexas, e, com Iron-Blooded Orphans não foi diferente. Porém, embora em um primeiro momento as coisas acabem ficando muito confusas devido à enorme quantidade de nomes, facções, organizações, etc, com o correr do episódio a ambientação fica bem clara. Isso mostra o dedo competente do diretor, Tatsuyuki Nagai, parceiro de longa data de Mari Okada, em nos conduzir por aquele universo.

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Nós rapidamente nos identificamos e começamos a nos importar por aquele grupo de personagens principais, em especial a dupla Orga e Mikazaki, que muitos comparam, com certa razão, à dupla Kamina e Simon (Gurren Lagann). O fato do Mikazaki já ser um excelente piloto e o seu passado de provável menino de rua e/ou jovem soldado, tendo crescido no campo de batalha, dá um peso maior ao seu personagem e a sua relação com Orga nos faz torcer para os dois e ficar tenso com o que acontecerá com eles. O clima dessa série me fez lembrar um pouco do de The 8th MS Team, uma dos meus animes favoritos da franquia Gundam. Ao mesmo tempo, dá para ver influências de Gundam Wing, Victory Gundam e até de Aldnoah.Zero nesse primeiro episódio.

Toda essa ambientação é embalada por uma animação fluida, com excelentes cenas de ação com os mechas e uma direção de arte que foge daqueles tons acinzentados e desbotados que costumamos ver em séries militares e nos traz cores vivas, tanto para os personagens quanto para os cenários, que se harmonizam bem no conjunto. O design do Gundam Barbatos também merece destaque. Embora muitos tenham ficado apreensivo quando ele foi divulgado, acredito que a maioria mudou de opinião quando viu ele em ação. Eu mesmo já estou louco para colocar as minhas mãos em um gunpla dele.

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Mobile Suit Gundam: Iron-blooded Orphans teve um primeiro episódio sólido, empolgante e que, embora não tenha fugido da fórmula de sucesso da franquia, a conduziu de maneira exemplar. Temos personagens carismáticos, ainda que precisemos ver um pouco mais do Mikazaki para tirar alguma conclusão, e uma ótima e promissora ambientação trazida pela excelente Mari Okada. Além disso, esse anime é completamente independente de qualquer outro da franquia, o que é um atrativo a mais pra quem estava querendo começar a conhecê-la. Eu vi muita gente comentando por aí que essa seria o primeiro Gundam que veriam e eu acho que essas pessoas podem sair de Iron-Blooded Orphans com uma impressão muito positiva, pelo menos pelo que deu pra ver nesse primeiro episódio.

E como já é de costume, quero saber o que vocês acharam desse primeiro episódio de Mobile Suit Gundam: Iron-Blooded Orphans na seção de comentários aqui embaixo!


Confira também as Primeiras Impressões dos outros animes dessa temporada de Outono 2015:

Parte 1: One-Punch Man, Lupin (2015) e Heavy Object

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

Quando eu descobri que o novo anime da franquia Gundam […]

15 thoughts on “Gundam: Iron-Blooded Orphans – Primeiras Impressões”

  1. Faz séculos que não vejo nada de Gundam, acompanhava somente aquela série que passava no Cartoon nos anos 90, nem lembro mais da história. O pessoal falou muito bem desse anime, tanto que instigou minha curiosidade, pretendo ver ele hoje, espero que o anime passe no meu filtro. hahahahaha

    Mandou bem no texto Diogo!

      1. Assisti ontem e gostei do anime, eu achei bacana a relação entre os personagens, e fiquei curioso para ver o desenrolar da trama!

        A cena que o Mikazuki deixa de cumprimentar a Kudelia por estar “com as mãos sujas”, foi bem interessante, espero ver mais profundidade nessas questões.

  2. Achei a melhor estreia ate o momento, eu sou um dos que vai adentrar na franquia Gundam com Iron-Blooded …

    Otimo post , retratou tudo que senti vendo o EP estou com grandes expectativas , espero que não me decepcione…

    Gostei bastante da princesa , por ela ser tipica menina sonhadora que não conhece a realidade de fato, e tambem gostei muito do Organ … e a química do terceiro grupo da CGS . 🙂

  3. Até o presente momento, o melhor Gundam na minha humilde opinião é o “The Origin” e na sequência vem o Gundam 00, Unicorn, Gundam 0083 e o Seed (No caso do Seed, ele tem um inicio muito bom e depois parece que não consegue se desenvolver).

    Sobre este novo Gundam, ele já mostrou para o que veio e também passa uma sensação de que pode se tornar uns dos melhores da série. Eu gostei da química entre o Mikazuki (O cara que não exita em batalhar), Orga e Biscuit (Existem mais dois Gundans e pelo designer deles, parece que vão pertencer ao Orga e Biscuit).

    A Kudelia nos PVs parecia ser bem nojentinha, mas ela se mostrou uma boa personagem que possui o poder de cativar os fãs e gerar interesse no que ela pode vim a fazer ao longo do anime pela sua inocência perante ao mundo.

    Resumindo …. para um primeiro episódio o anime mostrou que merece carregar o nome da série Gundam, não foi confuso, criando muitas expectativas, afinidades pelos personagens e a curiosidade de seguir a história para ver o seu desenrolar.

  4. Na minha opinião o auge do episódio foi o breve diálogo entre o Mikazaki e a Kudelia. Foram poucas palavras, mas que falaram muito sobre os dois personagens. Além de introduzir na série uma das marcas principais da franquia Gundam, que é a contestação e reflexão sobre as desigualdades sociais e as complexidades político ideológicas, que permeiam a sociedade.
    Em Gundam, nunca há certezas. Nada é preto e branco, mas uma infinidade de nuances de cinza. Não há certo e errado. Há o lado que você esta e os outros. Mas, os lados podem se alternar há qualquer momento.

    1. Eu tava me contorcendo achando q ele ia morrer nessa primeira batalha e que seria o estopim pro Mika pegar o Gundam e descer o modo Berserk em todo mundo. Foi um alívio ele ter passado vivo pra segundo episódio

      1. Olha, fiquei tenso pacaray tb. Tava curtindo a vibe de um time como protagonista e tava achando q yodos iriam morrer deixando o Mikazaki virar um “cavaleiro solitário”. Ainda bem que ele sobreviveu. A dinâmica entre esse grupo tem tudo pra dar certo.

    1. Não sei se o mais empolgante (confesso que não me lembro tão bem de todos que eu vi), mas com certeza um dos mais!

    1. Estou vendo muita gente ter a mesma reação que a sua. Espero que essa série traga uma gama de novos fãs para a franquia. =)

  5. Esse Gundam me lembra um pouco o 8th MS Team e Gundam X (ótimas referências), mas ainda tem um quê de Gundam Wing ali que me preocupa. Até agora tivemos um bom primeiro episódio, e que pelo visto tem tudo pra fazer sucesso com toda uma geração que nunca viu Gundam antes. Estou otimista, mas ainda com um pé atrás.

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