A evolução da colorização digital em Genshiken

Quando li o mangá de Genshiken pela primeira vez uma das coisas que mais me chamaram atenção foi a qualidade de suas páginas coloridas. Porém, em 2010, quando resolveu retomar a série para uma segunda fase, ele optou por fazer tais páginas coloridas digitalmente e… bem… o resultado não foi tão bom assim. Agora, quase cinco anos depois, Kio Shimoku parece ter pegado o jeito da coisa e no último capítulo publicado, o de número 113, para referência, ele parece ter finalmente chegado a um nível comparável ao da primeira fase.

Imagem colorida do capítulo 57 (2011)

Além da habilidade no manuseio da nova ferramenta e do aumento na qualidade da arte final, também acho válido comentar sobre um recurso artístico que ele usou nessas páginas coloridas: a fotografia.

Acredito que todos tenham reparado, mas para os planos de fundo dos quadrinhos ele usou fotos de verdade das locações em que a história se passa. Porém, para não ficar estranho e deslocado, ele tratou as imagens digitalmente para que os personagens pudessem se mesclar melhor ao fundo. Achei o resultado final bem interessante porque me fez sentir realmente explorando aquelas locações com os personagens. Uma verossimilhança que Genshiken sempre tenta buscar.

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Página colorida no capítulo 113 (2015)

Alguns podem argumentar que foi uma solução preguiçosa, já que ele poderia ter desenhado os cenários ele mesmo. Embora eu concorde que, sim, é um tanto preguiçosa, acho que teve sim uma escolha estética por trás da utilização de fotos e não de desenhos. Digo isso pois elas foram muito bem tratadas para receberem os personagens. Não foi só um copia e cola. Houve sim um trabalho em cima delas.

Não é de hoje que o autor usa fotografias e locações reais para suas referências. Inclusive eu tenho várias dessas fotos guardadas aqui no meu computador e acredito que daria um post bem legal (depois me digam o que acham nos comentários). Esse uso, para mim, faz com que nós tenhamos a impressão de que esses personagens existem em algum lugar do nosso mundo ao mesmo tempo em que estamos lendo. A diferença dessa vez é que ele não usou as fotos como referência, mas sim como parte da arte das páginas e ficou muito legal, aumentando ainda mais essa sensação.

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Outra página colorida do capítulo 113 (2015)

Enfim, seja pelo motivo que for, preguiça ou escolha estética, o resultado final ficou bem legal e merece reconhecimento. Ainda mais por eu ter falado mal da arte digital do autor há alguns anos. Mérito reconhecido, Kio Shimoku!

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

Quando li o mangá de Genshiken pela primeira vez uma […]

4 thoughts on “A evolução da colorização digital em Genshiken”

  1. Agora só falta caprichar na história que está uma merda né Diogo? Diz a verdade, com sinceridade, ainda esta gostando de ler isso? Capítulos sem fim sobre esse harém do Madarame e hoje não tem como não dizer que ele é no mínimo bissexual. Não vejo outra saída que não uma relação homossexual para o personagem já que ele tem trauma demais com as mulheres (depois de tudo que o harém fez com ele ao custo de piadas), parece natural ele se entregar para algum homem, deixar o Hato enrabar ele e ser feliz.

    1. Eu estou achando legal na medida do possível. Esse harém se estendeu muito, mas cada personagem mereceu seu desenvolvimento próprio.
      Mas que a história se desviou um pouco do rumo, não há dúvidas.
      Edit: pelo andar da carruagem, parece que é o Hato que vai se enrabado. rs

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