Evangelion: Death and… Só death mesmo. 13 anos in the making

Olá, amigos. Eu pensei em fazer esse post quando saiu a edição final da versão tanko há quase dois meses atrás, mas decidi deixar pra fazer quando minha coleção realmente ficasse completa e enfim esse dia chegou. Tenho todas as edições de Evangelion.

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Essa é uma coleção que me trás muitas emoções e nostalgia. Não foi a única que que comecei a fazer na época, mas certamente é a que mais durou sem uma conclusão (até porque vendi minhas coleções de Berserk, Bastard e outros mangás que nunca terão fim) e vê-la completa certamente dá uma sensação estranha.

Eu precisei olhar na primeira revista pra saber quando tudo começou: Novembro de 2001. 13 anos atrás. Lembro de estar saindo do colégio e comprar essa edição pensando “caramba, que roubo! 4,50?”, afinal, pra um moleque que não tinha nenhuma renda, 4,50 era mil reais. Evangelion era algo que honestamente me fascinava quando moleque. Tinha locomotion  e já tinha visto a série toda no ano 2000, mas eu queria mais. Quando o gibi saiu, comprei sem pestanejar imaginando que veria mais daquele mundo que tanto mexeu comigo.

Foi uma aventura. O mangá, em sua maior parte, era a mesma coisa da série e só de vez em quando tinha algo realmente diferente, mas só de ter aqueles personagens na palma da minha mão pra poder ver quando quiser (apesar de eu ter os episódios da loco em RMVBs de grandessíssimos 8 megas cada, a qualidade era uma droga) já ficava feliz e fazia valer o investimento. Com o tempo minha fissura pela série veio e foi, mas continuei comprando, afinal, já tinha começado. Até hoje é minha série preferida. Não de forma religiosa como quando eu era um moleque, mas ainda gosto muito daquele universo que me prendeu desde que eu tinha 12 anos até agora.

Então completar essa saga é bem estranho. Minha vida mudou muito nesses anos todos e sei que a do pessoal lá do Japão que já acompanha há vinte anos mudou ainda mais. Eu passei a comprar o mangá com o dinheiro do trabalho ao invés do dinheiro do lanche, terminei a escola, vi muita coisa e conheci muita gente. Acho que tive tantas aventuras quanto o Shinji teve. Apesar dele continuar um moleque de 14 anos que não sabe o que quer, eu também não sabia quando comecei a andar com ele e hoje que enfim vamos andar em caminhos separados acho que já nos ajeitamos.

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Dito isso, eu esperava ter muitas sensações na última edição. Nostalgia, raiva, tristeza… Mas nunca esperei ter o sentimento de “O que é isso?”. E o foi o que eu tive. O capítulo novo inserido no tanko japonês não respondeu nada e só deixou perguntas isso me fez lembrar do porquê eu sempre gostei de Eva. Não importa a sua expectativa ela sempre será frustrada e sabe-se lá o que você vai receber e isso é… Legal? Não sei, mas ao menos é sempre imprevisível. Eu não esperava isso no fim e ter algo assim me fez esboçar um sorriso.

13 anos é tempo pra caramba. Muito tempo pra ver que a série no final terminou do mesmo jeito que o anime terminou na década de noventa e esse capítulo novo certamente não deixou nada mais claro, pra não dizer que foi uma grande droga, mas eu acho que terminou como devia terminar, afinal, é Evangelion. Se não terminar com um “WTF?” não estaria sendo fiel às suas origens.

Agora o negócio é ver o evangelion 3,0+1,0 e fechar essa que é a maior saga de todos os animes e mangás. Espero que todos estejamos lá pra ser surpreendidos e falar “Que droga” juntos.

Sobre Fred

I'm a very twisted person. Gosto de animes e mangás por boa parte da minha vida e comentar sobre isso é sempre um prazer... Desde que eu tenha algo útil pra falar. Afinal, Dirac já dizia: "Eu não começo uma frase sem saber como ela vai terminar". Sou também um quimicuzinho que sabe falar bobagem o suficiente pra parecer inteligente.

Olá, amigos. Eu pensei em fazer esse post quando saiu […]

4 thoughts on “Evangelion: Death and… Só death mesmo. 13 anos in the making”

  1. Realmente, eu compartilho das mesmas sensações, porque realmente é estranho pensar que algo que acompanhei por tanto tempo terminou… E incrível como sua descrição bate praticamente com a minha Fred, realmente é gratificante e curiosa essa sensação de completar esta coleção.

  2. Caramba muito legal o texto, queria ter a experiência de acompanhar os mangás de evangelion mas só fui ver o anime ano passado.

  3. Mas realmente… esse capítulo deu todo um novo fôlego pra essa antiga série que também mudou pra caramba meu mundo e tal.

  4. Aviso: spoilers e mais spoilers abaixo.

    Quando o capítulo final de Eva saiu na Young Ace, minha reação não foi das mais favoráveis. Já esperava que Sadamoto fosse fazer uma versão mais otimista do desfecho de End of Evangelion sem trair a essência da história (afinal, embora muita gente adore ignorar isso, no filme Yui também fala da possibilidade de a humanidade renascer do mar de LCL), mas não curti a ideia de fazer os personagens voltarem sem nenhuma memória de suas vidas anteriores.

    Só relendo o penúltimo capítulo na edição brasileira é que prestei atenção no detalhe a mais que Sadamoto incluiu nas últimas falas de Yui, sobre Shinji poder renascer várias vezes. Assim fica mais fácil aceitar o final, mas acho que seria mais interessante se houvesse alguma sugestão de que Shinji ainda se lembra de tudo, até para justificar o fato de ele ainda ter o crucifixo de Misato. Já o capítulo extra foi um “service, service” bem sem-vergonha para os fãs de Mari.

    Mas fiquei aliviado de finalmente fechar essa coleção, que fiz questão de manter no nostálgico formato meio-tankoubon da Conrad, embora decepcionado com a falta de páginas coloridas nas edições da JBC. Para mim, o Evangelion “verdadeiro” sempre será a série de TV combinada com End of Evangelion, e é justamente por isso que nem me incomodo tanto com essa enrolação da Khara para produzir o quarto filme do “Rebuild”, mas a interpretação pessoal de Sadamoto da história certamente vale uma lida, nem que seja para admirar sua bela arte.

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