Genshiken – Um review inspirado

Escrevo esse texto no exato momento em que acabo de ler pela segunda vez o volume 9 de Genshiken da JBC. Ao todo, já perdi as contas de quantas vezes já li esse volume, em papel, digital, em inglês, japonês, português… porém, a cada vez que eu leio, eu termino com um sorriso gratificante no rosto. O volume 9 chegou às bancas há alguns dias e senti uma profunda satisfação de ver que essa série que tanto gosto chegar ao seu volume final no meu país.

Se você acompanha o Anikenkai há algum tempo ou decidiu dar uma olhada nos meus posts passados, as chances são grandes de você ter esbarrado com um post específico ou alguma menção a Genshiken. Isso acontece pois essa foi a primeira obra que me despertou diversos interesses particulares do meu hobby, tanto no nível das temáticas apresentadas quanto além dela, motivou o início do blog e sem dúvida foi uma importante para mim.

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Escrevo esse post para enumerar alguns dos motivos pelo qual Genshiken se destacou para mim e, acredito, para muitas das pessoas que puderam lê-lo com a publicação da JBC.

Em primeiro estão os personagens. Tão belamente construídos por Kio Shimoku. Desde os principais aos secundários. Temos personagens humanos, com seus próprios problemas e que interagem de uma maneira tão natural que o faz sentir parte daquele grupo. Essa proximidade que a obra cria com seu leitor, em consequência da maneira como são bem desenvolvidos os personagens daquele grupo, são o grande charme desse mangá.

Mas não o único…

Genshiken tem como temática central o universo otaku, universo do qual muitos dos leitores da obra fazem parte. Além disso, para muitos de nós, esse foi o primeiro contato mais próximo com os fãs de anime e mangás do Japão, país que desperta o interesse de muitos de nós. Temos Action Figures, Gunplas, doujinshis, eventos, BL, cosplay, etc, etc, etc. Temas que para muitos de nós são comuns, mas que agora podemos ver no contexto de otakus japoneses, uma realidade diferente da nossa. Então, ao mesmo tempo que cria uma catarse, intriga e desperta interesse.

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Foto por Willian Silva

Em acréscimo, ainda tem o fato de se tratar de um retrato de uma época diferente da qual vivemos hoje. Esse mangá foi escrito no início dos anos 2000 e o universo no qual seus personagens estão inseridos se passa na mesma época. O mangá chegou ao Brasil mais de uma década depois da publicação do primeiro volume original (o mangá foi publicado entre 2002 e 2006) e como o nosso mundo mudou nesses últimos dez anos.

Genshiken, além de ter excelentes personagens e um autor que os humaniza e os desenvolve muito bem, além de servir como um contato entre nós e o universo otaku japonês, ele ainda serve como uma espécie de cápsula do tempo da cultura otaku. Um elemento que provoca nostalgia nos leitores mais velhos e intriga leitores mais novos. Um revisitar ou um descobrir dos nossos antepassados otakus e de toda uma época.

Como fã, fico muito feliz dessa obra ter sido publicada por aqui. A editora JBC fez um excelente trabalho com o mangá. A tradução, embora eu discorde de algumas decisões acerca dela, está competente. A edição ficou muito boa. Tivemos páginas coloridas, publicação das páginas internas, glossários e extras. Em suma, um bom trabalho que deixou esse fã aqui satisfeito.

É, satisfação é o que mais define meu sentimento ao terminar mais uma vez esse mangá. Você termina e sorri, feliz de ter lido essa história, como se tivesse completado um ciclo de sua própria vida.

E sabem o que é melhor de tudo? Agora posso escrever ainda mais sobre Genshiken aqui no blog porque mais gente vai poder ler e entender do que eu estou falando.

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

Escrevo esse texto no exato momento em que acabo de […]

4 thoughts on “Genshiken – Um review inspirado”

  1. Olha minha foto ali =]. Parabéns pelo post Diogo.
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    Antes do mangá de Genshiken começar a ser lançado aqui no Brasil pela JBC recebi várias indicações. Comecei a colecionar desde o volume 1, sem muita confiança de que aquilo me agradaria ou não, porém após alguns volumes acompanhando, ele já havia se tornado o mangá que eu mais aguardava mensalmente para comprar nas bancas.

    Digamos que ele veio na época certa da minha vida, criando uma grande identificação com os problemas vivAntes do mangá de Genshiken começar a ser lançado aqui no Brasil pela JBC recebi várias indicações. Comecei a colecionar desde o volume 1, sem muita confiança de que aquilo me agradaria ou não, e alguns volumes depois era o mangá que eu mais aguardava mensalmente para comprar nas bancas.

    Digamos que ele veio na época certa da minha vida, criando uma grande identificação com os problemas vividos pelos personagens, como o relacionamento com novas pessoas ao ingressar em uma nova rotina(pode ser faculdade, curso, trabalho novo…), e o afastamento de velhos amigos devido aos diferentes caminhos que cada um segue. Mais a frente no mangá tem a busca por um emprego, e vários questionamentos sobre como aquilo que gosta pode sim se conciliar com a sua futura carreira profissional.

    A evolução não só dos personagens, mas do relacionamento entre os membros do clube é muito bem feita e empolgante. O autor escolheu muito bem a personalidade e desenvolvimento de cada um deles, da para notar o carinho que ele teve ao escrever a obra.

    Volume 09 está chegando, espero que siga o ritmo dos últimos volumes que tem conseguido equilibrar muito bem o humor referencial e os dramas do clube. Valeu a pena esses 9 meses de leitura, vou sentir falta de ler mensalmente esse mangá tão divertido, tomara que a JBC publique o nidaime. Não pesquisei nada sobre essa segunda faze, vou aguardar.um novo trabalho…), e o afastamento de velhos amigos devido aos diferentes caminhos que cada um segue.

    Mais a frente no mangá temos a busca por um emprego, dos personagens que se formaram, e vários questionamentos sobre como os seus Hobbies podem sim se conciliar com a sua futura carreira profissional.

    A evolução dos personagens e as mudanças no relacionamento entre os membros do clube é muito bem feita e empolgante. O autor escolheu muito bem a personalidade e desenvolvimento de cada um deles, da para notar o carinho que ele teve ao escrever a obra.

    Uma excelente obra que consegue equilibrar muito bem o humor referencial e os dramas do clube. Valeu a pena esses 9 meses de leitura, vou sentir falta de ler mensalmente esse mangá tão divertido. Espero que a JBC publique a segunda fase.

    Ainda não terminei o Volume 09, faltam poucos capítulos 🙂

  2. Assim como aconteceu contigo, Genshiken possui um carinho muito especial no meu coração, e ao menos no meu caso, me ajudou a me definir, numa época em que eu, apesar de conhecer algumas séries, ou ter lido alguns mangás, como posso dizer… Ainda me sentia um novato no meio da cultura otaku, o que, por causa de minha timidez, me tornava ainda mais fechado em relação a discussões sobre séries e obras diversas.

    Quando entrei em contato com Genshiken, através do anime, e vendo sobre como Sasahara, que no início da história, era alguém que tinha um interesse muito forte em entrar de vez nesta cultura, não tinha como não dizer que a história dele ressoou bastante com a fase que eu enfrentava. O momento em que ele visitava na loja de doujins em Akihabara me fez pensar na primeira vez em que entrei numa loja especializada em comics e mangás, sem falar sobre os vários elementos que fazem parte da paixão desta cultura (doujins, cosplays, figures, eroges) me fez ficar ainda mais fascinado com a obra.

    Sem falar nos outros personagens, sobre suas relações, e como eles se interagiam e lidavam com as diversas situações que surgiram. Seja assistindo o anime, ou acompanhando o mangá, eu adorava ver os personagens se relacionando e evoluindo com o tempo. Me divertia tanto vendo o grupo se interagindo entre si, que a coisa que eu mais queria na época era encontrar um grupo com o qual me sentiria tão bem vindo quanto eles se sentiam. Algo que hoje em dia olho para trás, e vejo que tenho um grupo de amigos com o qual eu não poderia me sentir mais confortável em estar por perto, e que acredito que eles se sentem feliz com a minha presença.

    Enfim, Genshiken teve uma influência forte em muitos aspectos da minha vida, além dos citados, e uma série que sempre vai ter um pedacinho bem especial no meu coração. E a qual fico feliz de ter não só a coleção das edições da JBC na minha prateleira, como também os omnibus da versão americana, o livro oficial, e a light novel, que é tão ruim que chega a doer, mas que sei que, mesmo que eu voltasse ao passado para dizer para a minha pessoa não comprar, ainda compraria, da mesma forma que você fez comigo no twitter na época.

    Assim como comecei a te seguir no twitter (e que me fez conhecer seu blog) só pelo simples fato de você ter usado um avatar da Ogiue na época. Fiquei bastante feliz de ver outro fã da série na época. Achei interessante comentar isso.

    Edit: Ainda não cheguei a ler o volume 9. De tanto já ter lido o mangá, ainda estou tentando encontrar o ânimo para terminar de ler a edição da JBC, mas estou com a minha cópia na bolsa, preparado para quando o ânimo chegar.

  3. Assim como muitos outros que acompanharam a versão da JBC, minha experiência com Genshiken é bem recente. No entanto, já consigo dizer que a leitura desses 9 volumes foi extremamente importante pra mim, em muitos sentidos. Lembro quando comprei o volume 1 toda empolgada, li de uma vez e, ao fechar o mangá, senti que eu estava diante de uma das minhas séries favoritas, mesmo tendo acabado de conhecer.

    Desde o início, com o Sasahara, esses momentos com o pessoal do Genshiken me inspiraram coragem em me entregar ainda mais ao meu hobby – e, consequentemente, a me conhecer melhor. Comecei a frequentar sites sobre o que eu gostava cada vez mais, passei a ter menos vergonha em participar de discussões e também a ouvir mais as outras pessoas. Se um dia eu já tive a prepotência de achar que ninguém partilhava o que eu sentia acerca dos mangás que gostava, que minha coleção era grande coisa só porque não conhecia ninguém com uma maior, hoje entendo que nada disso faz sentido. Olho para minha estante e fico pensando no quanto aquele número vai se multiplicar, em tudo que ainda vou conhecer… Agora fico feliz quando outras pessoas gostam do que eu gosto, mas também estou me divertindo ouvindo elas falarem de histórias que eu nunca me interessei, chegando até a ceder a algumas recomendações, mesmo com tanta coisa em espera na minha lista.

    Genshiken me ajudou não só a lidar melhor com o meu hobby, mas também a assumir certas coisas que frustradamente tentava negar. Graças à Ogiue, consegui enxergar certas atitudes que eu mesma tomava e me prejudicavam, assim como a ela. Foi realmente maravilhoso acompanhar o crescimento da personagem, ou melhor, de todos eles! Como o Diogo mesmo disse, Genshiken faz com que a gente se sinta tão próximo dos personagens, que parece que fazemos parte da história, que estamos entre eles. Se hoje eu tenho mais coragem, com certeza devo parte disso a esses amigos que não me conhecem, mas que moram no meu coração e no de muitos outros leitores.

    Tudo na série é sensacional, uma das poucas que eu dou 10 sem segundas considerações (digo, poderia ter tido mais Tanaka, mas não é como se em algum momento seria suficiente também hahah <3 ). Do desenho ao plot, do humor cheio de referências às cenas sem fala alguma, dos personagens iniciais aos que vão surgindo com o desenrolar da história… Já estou com saudades desde já, tomara que o Nidaime não demore para vir. c:

  4. Única coisa que me decepcionou nesse volume final foi a falta de algum mimo especial… Sim, estou falando de páginas coloridas! Só tivemos a ilustração interna da capa como algo diferente, eu esperava um pouco mais.

    Mas nem reclamo tanto, só desse mangá ter sido publicado por algo já foi um milagre. E ainda tivemos o vol.6 com duas opções de capa (outra coisa que eu esperava que acontecesse mais vezes). Mas ainda fica aquela pergunta para a JBC: e as vendas, como foram? Será que foi por causa delas que não tivemos mais páginas coloridas ou capas?

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