Hachi (Shonen Jump) – Primeiras Impressões

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Desde que eu parei de acompanhar o ToC da Shonen Jump para comentá-lo aqui no Anikenkai, eu acabei colocando a revista um pouco para escanteio frente ao tanto de obrigações que eu tinha a cumprir no meu dia-a-dia. Porém, recentemente resolvi ver por quantas ela andava e me deparei primeiramente com algumas novas séries que estrearam frente aos esperados cancelamentos de Mutou Black e Smoky B.B.. Foram elas Hachi, Hime-doll e Koi no Cupid Yakeno Harajin. Hime-doll foi o nome adotado para a serialização de Houkago Idol, vencedor da Gold Future Cup 2012, concurso onde Koi no Cupid teve menção honrosa. Já Hachi eu nunca tinha ouvido falar, o que me fez despertar o interesse. Fui conferir…

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Basicamente a história ronda em torno de Hachi, um garoto baixinho que tem grande habilidade física e um olfato extremamente apurado. Ele sempre sonhou em ser um herói, mas nunca ligou muito para a escola. Um dia, andando pela rua, sentiu cheiro de sangue e de cobra. Mais tarde, descobriu se tratar de um assassinato onde a vítima teve todo o seu sangue sugado de seu corpo. Outros vários assassinatos parecidos estavam acontecendo e quando Hachi sente o mesmo cheiro dentro de sua escola, corre para descobrir o que é e vê sua amiga de infância sendo atacada. Porém, o que ele achava ser cheiro de cobra, não era bem de uma cobra… nem ele mesmo era quem ele achava que era. Ambos eram mutantes.

Apesar da história ser interessante, o que me chamou a atenção primeiramente ao ler o mangá foram as páginas coloridas e o estilo de arte incomum que vi nelas, com “ângulos de câmera” estranhos e cores bem vivas. Infelizmente, ao dar continuidade na leitura, a arte em si me incomodou um pouco. Não que ela seja ruim, mas os ângulos alternativos acabaram por ficar exagerados se tornando não um destaque positivo, mas um negativo da obra.

hachi_02Além desse aspecto, eu ainda apontaria o fato da narrativa estar um tanto quanto confusa e poluída. Artistas como Eiichiro Oda (One Piece) tem uma capacidade incrível de adicionar infinitos elementos em seus quadros ocupando cada ponto dos mesmos. Cada elemento daqueles tem um motivo para aparecer e estar aonde está. Seja esse motivo estético, cômico ou narrativo. Porém, ao transportar essa ideia para Hachi, eu já sinto que, novamente, ficou algo forçado e só estando ali por estar, para ocupar espaço, para querer mostrar uma habilidade no domínio da técnica. Uma faca de dois gumes que acabou ferindo o espadachim nesse caso.

Mas, como eu disse anteriormente, a história até que é interessante e isso já conta bastante. Eu gostei da ideia dos mutantes não serem “mutantes” de fato, mas sim uma espécie de semi-deus, como eu consegui entender pela trama. Até o lance do porquê deles terem aparecido em massa agora é meio que explicado (o lance do suquinho lá). Outra coisa que empolgou nesse primeiro capítulo foi o a suposta heroína, a amiga de infância de Hachi, quase morre e não de modo que o leitor ache que ela vai se salvar, mas muito pelo contrário, do modo de crer que ela vai morrer mesmo no primeiro capítulo, sendo esse o grande clímax.

Infelizmente, inevitavelmente acabei fazendo comparações com Ao no Exorcist (aka Blue Exorcist), que atualmente está sendo publicado no Brasil pela JBC). Em ambas as séries nós temos um protagonista que descobre não ser quem ele achava que era, se mostrando um verdadeiro monstro, mas decide usar seus poderes para proteger quem eles gostam e não para fazer o mal. Com o tempo vão descobrir que eles não são os únicos a ter poderes parecidos e que existe algo muito grande por trás de tudo. E, se tratando de avaliação geral, Ao no Exorcist dá uma lavada em Hachi.

O novo mangá da Shonen Jump se esforça para se fazer notar. O esforço excessivo, no entanto, fica evidente neste primeiro capítulo, o que acaba deixando-o sobre-carregado, poluído e cansativo. A série já conta com 10 capítulos publicados em japonês e os resultados da mesma no ToC tem sido desastrosos. Provavelmente não vai tardar em ser cancelado. Para sorte dele, Hime-doll e Kuro Kuroku parecem estar em situação pior e serão cancelados primeiro.

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

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8 thoughts on “Hachi (Shonen Jump) – Primeiras Impressões”

  1. uma informação Hachi é feito pelo Yoshiyuki Nishi q já tinha feito antes na jump um sucesso moderado com Muhyo to Rouji no Mahōritsu Sōdan Jimusho

  2. Eles precisam de sangue novo na jump kkkkkkkkkk, nós brasileiros temos tantas históriass boas que fazem seu sucesso por aqui, imagina como seria por lá

  3. A Jump não estreou uma série relevante em 2013 (até o momento; se é que ainda dá tempo). A revista precisa parar de cancelar séries e aprender a “cancelar” editores. Parece até o SBT.

    1. não é bem assim cara não vai ser todos os anos q a jump vai estrear sucessos mesmo na era de ouro dela nem todos os anos tinham boas estreias

      1. Mas nessa época a qualidade dos serializados compensava a carência por novos títulos. Atualmente a revista abraçou um esquema e não quis mais largar.

        1. hoje tambem tem varias series de qualidade na jump tem seus anos ruins como toda a revista tem mas não esta nda grave

          1. o negócio da Jump eh que eles não dão liberdade alguma para o mangáka, o editor sempre se mete no meio de algo ( eh o trabalho dele claro, mas na Jump eh exagerado ) que poderia ser muito bom para serie, euprefiro os mangas da Sunday e da Magazine onde muitos deles os editores n influenciam muito nas histórias dos mangás ! da Jump ”só” leio beezebub naruto bleache One Piece !

          2. Não estou questionando isso, Ravellino. Ter altos e baixos faz parte da rotina saudável de qualquer produção. Me incomoda o padrão ‘mais do mesmo’ esquecível e ultrapassado que a Jump venera, que castra a relevância das séries apresentadas. E são raríssimas as que demonstram algum valor dentro desse ciclo. Têm potencial, mas para se adaptar à revista mudam de rota, acabando canceladas (Hungry Joker) ou deturpadas (World Trigger e, por muito pouco, Shingeki no Kyojin); outras se arriscam demais (Enigma) sem um plano definido em mente e, capítulos depois, estabacam-se ladeira abaixo. E isso é aproveitado? A lição é aprendida? Não. Mas deveria.

            “Qual o problema de tal mangá? Ah, tanto faz! Em breve traremos outro igualzinho e quem sabe faça sucesso.”

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