Kuro Kuroku (Shonen Jump) – Primeiras Impressões

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A Shonen Jump, nas últimas semanas, cancelou três séries, dentre elas a bem recente Mutou Black. Era natural então que novas séries estreassem para preencher essas lacunas. A primeira delas foi Kuro Kuroku, ou Kuro Clock, do novato Atsushi Nakamura. Aproveitei então meu primeiro dia das curtas férias que terei para ler este primeiro capítulo…

Uma menina comum vive sozinha com sua irmãzinha fazendo uso de um orçamento apertado. Por isso, ela precisa pegar vários bicos para pagar as despesas da casa. Quando ela vê um anúncio de um trabalho na prefeitura da cidade pagando bem, ela logo vai conferir. Ela logo descobre que o trabalho não será nada fácil quando ela se vê cercada de youkais por todos os lados. Ela trabalhará numa divisão secreta da prefeitura que registra e controla as atividades de youkais na cidade, ao lado de um menino de cabelo vermelho que se propôs a defender todos que ali habitam.

E logo me veio a cabeça os Homens de Preto

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Sério, fui só eu? Troque “youkai” por “alienígenas” e nós temos Homens de Preto! Até uma arminha em miniatura eles tem aqui! Reparem no bastãozinho que o menino está segurando. É a versão youkai da grilo barulhento.

Mas deixando piadas comparativas de lado, Kuro Kuroku inova ao colocar o foco dos acontecimentos em um departamento de prefeitura e não em um ambiente escolar, como eu esperava que fosse, ao ver a capa e começar a ler o capítulo. Porém, durante todo o capítulo, eu confesso que fiquei um tanto quanto entediado.

Embora a arte seja boa, não me deixou empolgado em nenhum momento. Talvez seja por causa da narrativa que eu achei bem travada. Algo que é compreensível sendo este o primeiro trabalho do autor, mas ainda assim, não tira o fato do ritmo ter sido um tanto irregular. Eu, por exemplo, não consegui pescar se essa vai ser uma série slice-of-life ou um battle shonen. Sim, eu percebi que ele parece querer misturar os dois, mas ficou um tanto confuso.

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Outra coisa que não entendi muito bem foi o moleque. Eu vi que o autor quis dar um certo “passado misterioso” para ele, mas na hora que ele tenta explicar o motivo dele estar ali, eu juro que eu não consegui acompanhar. Pode ser incapacidade minha, mas achei todo o roteiro desse capítulo bem fraco, assim como sua narrativa quadro a quadro, como mencionei anteriormente.

Ainda me incomodei com o texto ser explicativo demais. A todo momento nós tínhamos explicações de que youkai era aquele, dos seus costumes, do porque deles estarem ali e etc. Eles até que mascararam bem, colocando uma menina como protagonista que, assim como o leitor, não é familiarizada com aquele universo, mas o ponto é que ficou coisa demais para um capítulo só. Talvez seja esse o grande defeito deste início de série. O autor colocou coisa demais acontecendo em tão pouco tempo.

É aquela famosa ideia de “então, vamos acelerar as coisas e chegar logo em uma cena de ação legal para chamar a atenção do leitor”. Infelizmente, nem sempre se faz isso da maneira certa e Kuro Kuroku sofreu com isso. Talvez se, nesse início, ele se focasse mais na parte slice-of-life da situação fora do comum que é você trabalhar numa repartição pública para youkais e só depois investisse na porradaria, tal qual um Negima o fez ou até mesmo um Reborn!, a coisa teria ficado um pouco melhor.

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Mas serei justo. A série não é uma completa bosta e pode ainda render bons frutos. Infelizmente, nesse primeiro capítulo, tentou demais colocar o maior número de coisas em um só capítulo e saiu prejudicada. Espero que o ritmo e a narrativa se acertem nos próximos capítulos e que tenhamos uma boa história em mãos. Seria triste ver mais um novo artista falhar tão cedo.

Para mim, Kuro Kuroko não empolgou, mas não digo que não vale a pena continuar lendo. Se tiver aquele tempinho vago entre um mangá e outro, dê ma conferida para tirar suas próprias conclusões. Depois, volte aqui e deixe sua opinião nos comentários!

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

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14 thoughts on “Kuro Kuroku (Shonen Jump) – Primeiras Impressões”

  1. Achei bem fraco, muito mesmo ._. Aposto que não dura um ano na JUMP, esperava muito mais, parece um MIB com Nura e um toque de Blood Lad, enredo fraquinho com personagens nada carismáticos, enfim, JUMP provando cada vez mais que só publica mangás por conta da arte c:

  2. Eu realmente achei meio Boring. Mas é o inicio do cara, primeiro capítulo, primeiro mangá na jump, não vou ficar atacando a revista ou cara. Tudo depende do desenvolvimento. Veja Onepunch-man, se não fosse pela arte o que seria dele? Ele é foda porque a arte permite isso (e porque tem um careca destruindo tudo com um soco), talvez aconteça isso com esse mangá. A arte faz muita diferença, apostar nela não é ruim. Mas o problema é que o mangá deixa a desejar em vários outros pontos, o que pode ser mudado daqui em diante, com um bom editor. O cara é novato, uma massa que precisa ser moldada, e eu vou apoiar, com certeza.

    1. OPM tem o mangá original desenhado pelo ONE (o autor). Embora a arte seja HORRÍVEL nesse, opm tem uma ótima trama além da comédia.

      1. Pois é, eu me equivoquei nas palavras. OPM é um bom mangá mesmo se não tiver a arte linda. Foi só um exemplo… Um pouco mal dado T-T

    2. “A arte faz muita diferença, apostar nela não é ruim.”

      É, mas arte boa não salva história ruim. (A exigência condiz com a maré de azar das últimas estreias da Jump).

      A arte de OPM dá fluidez à narrativa, trabalha junto ao roteiro. É através dela que Murata e ONE compõem as sequências, quase como storyboards de uma animação. Por outro lado, em Kuro Kuroku a arte — boa, embora menos rebuscada que em OPM — depende do roteiro para ser guiada. O autor não amarrou bem as ideias, deixando tudo muito disperso, daí a arte acaba não fazendo tanta diferença (Hungry Joker, descanse em paz u.u). O bom é que todo capítulo inicial vem com o benefício da dúvida (é preferível apostar nisso). Cruzemos os dedos para que esse não flop.

      1. Sim, sim. Foi isso que eu quis dizer. Tudo bem que a jump vem falhando bastante, mas eu só tentei dizer que a jump não aposta em uma mangá só porque tem arte bonita. Quem sabe o editor não viu um futuro no garoto? kkkkkk,de qualquer forma não quero entendam que foi uma comparação OPM (foi meio idiota meu comentário ‘sem arte o que seria de OPM T-T), foi só um exemplo de mangá onde a arte é o principal ponto (claro, não é o único) e isso deixa as coisas mais magnificas. Se o novato conseguir evoluir e acertar nos erros, pode ser um grande autor. Talvez não nessa série, mas talvez em outra. No fim, eu só estou deixando algum apoio. >.<

  3. Eu ainda não li o capítulo, na vdd dei uma olhada mas não li até o final pq tava sem tempo.
    Enfim, olhando as imagens, realmente, a arte é bonita, e se é publicado na JUMP, no mínimo isso não pode ter de ruim. O autor ser novo acho que não quer dizer muita coisa, temos aí Beelzebub e Toriko que são de novatos (1° série) e ambos já passaram de 20 volumes, e um deles desbancou bleach como pilar.

    1. Se não me engano, o autor do Toriko já teve uma série antes. Aliás, ainda nos anos 90. Acho que se chamava Leader Den Takeshi e era bem popular à época.

  4. Vale uma observação Diogo, esse capítulo teve uma scanlation muito fraca.
    A tradução está HORRÍVEL!

  5. Eu finalmente li o primeiro capítulo e acho que vou ser o único a descordar de quase tudo que você disse, Diogo. Na minha opinião, ficou bem claro que vai ser um battle shounen (posso estar enganado), aquela coisa de “eu vou proteger isso ou aquilo” é típico de battle shounen; a narrativa não me pareceu tão travada quanto você falou; não achei explicativo demais; também não vi a coisa de acelarar para um cena de ação, tanto que, em todo o primeiro capítulo, quase não há cenas de ação. Concordo contigo apenas na parte referente ao passado do menino e à explicação sobre esse passado, ficou um negócio meio avulso ali, e concordo também que o primeiro capítulo não foi lá empolgante, mas pode gerar algo melhor. Em suma, eu não achei um capítulo espetacular, mas também não vi motivos pra chamá-lo de “completa bosta” (claro, cada um tem sua opinião). A única parte que realmente me desagradou foi o finalzinho do capítulo, onde o autor já dá indícios de que vai arremessar vilões mais importantes no começo da obra.

  6. Sinceramente, não gostei. É fato que me dá um pouco de curiosidade saber o que virá depois(é o meu mal). Mas acredito que a tendência é permanecer na mesma. Ele me lembra Hungry Joker, rápido demais, com provável excesso de personagens e que não durará muito na Jump.

    Porém, Hungry Joker ainda tinha cenas de ação boas, um roteiro um tanto quanto não usual(apesar do clichê de alguns personagens) e uma pitada bem leve, porém boa de comédia.

    Não possuo tempo pra dispor a perder com esta série, num futuro próximo creio eu, verei o cancelamento desta e lerei as críticas a respeito.

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