K-ON pela NewPop – Uma Comparação Com a Edição Americana

Quando eu recebi minha edição americana do mangá de K-ON na hora eu associei aos materiais da NewPop. Não tardou e o mangá realmente saiu aqui no Brasil pela editora. Aproveitando a minha viagem para o Festival do Japão, comprei um exemplar e agora trago até vocês uma comparação bem curiosa, e cheia de fotos, entre as duas edições.

Para começar, o preço. A edição nacional custa R$14,90 enquanto a edição americana custa U$10,99 (R$17, aprox.). Ou seja, há uma diferença de dois reais entre cada edição. Vale a pena comprar a edição nacional ou é melhor comprar a edição americana através da BookDepositoy? Vamos analisar.

Para começar, percebemos que a lombada da edição americana (a esquerda) é mais bem trabalhada e ela parece ser mais grossa. O motivo é uma gramatura levemente maior que a edição brasileira (a direita) e mais páginas. O motivo da edição brasileira ter menos páginas você verá daqui a pouco.

Externamente ambas as edições se parecem muito. A real diferença fica quanto à impressão que deixou as cores na edição brasileira mais escuras. Por outro lado, aqui no Brasil a NewPop optou por deixar as letras em japonês (repare que temos “けいおん!” a esquerda e “K-ON!” a direita). No geral, empate técnico nessa categoria.

Temos páginas coloridas tanto na edição brasileira (acima) quanto na americana (abaixo), porém, como vocês podem ver, nem todas as páginas coloridas foram mantidas na edição brasileira. Ponto negativo. Porém, ela é superior no papel escolhido. Enquanto a edição americana imprimiu as páginas coloridas no mesmo papel das em preto e branco, a edição brasileira optou por um papel tipo couché, mais indicado para artes coloridas. Porém, a tonalidade ainda está um tanto quanto escura se comparada à edição americana e falha um pouco no tratamento dos contornos. Ponto negativo.

Na categoria páginas coloridas, vitória da edição americana.

As fotos acima mostram um mesmo quadrinho da edição brasileira (acima) e a americana (abaixo). Repare que a impressão da edição brasileira parece estar em menor resolução, o que causa esse efeito “quadriculado” quando temos retículas (esses pontinhos que preenchem os desenhos em mangás). Infelizmente esse não é um problema isolado desse quadrinho, ele se repete em todas as páginas em preto e branco com retículas. Sendo assim, no quesito qualidade de impressão, vitória esmagadora da edição americana.

Por último, vamos falar dos extras. Aquelas páginas a mais com tirinhas, desenhos aleatórios, etc. Até o posfácio, todos os extras foram mantidos. Temos ilustrações entre os capítulos, etc. Porém, após o posfácio a edição brasileira simplesmente termina enquanto que a edição americana possui um comentário do autor e uma ilustração em cores da Mugi agradecendo por lerem o mangá. Além disso temos também duas páginas com “Teoria da Música” que dão uns “primeiros passos” para se tocar guitarra.

Obs: O editor da NewPop, Junior Fonseca, postou nos comentários que a parte “Teoria da Música” não existe no original japonês. Sendo assim, não é uma “falha” da edição brasileira não publicá-lo, já que eles não tem os direitos para tal. Sobre o comentário do autor, o Junior disse que vai colocar todos juntos na edição final da série. O Anikenkai agradece o esclarecimento.

Há também uns quadrinhos de bônus desenhados por um artista convidado e que na edição brasileira foram impressos nas contra capas em vermelho, como podemos ver na foto abaixo.

Vendo por todos esses aspectos, a edição americana é superior à edição brasileira e o a diferença no preço não é significativa. Porém, a tradução do mangá está muito boa. Foi traduzido direto do japonês por uma tradutora que considero uma das melhores no momento, Karen Kazumi. Sendo assim, o veredito é:

Se você sabe inglês e não se incomoda em esperar algumas semanas para ter o mangá em suas mãos, compre a edição americana. Se você não sabe inglês, prefere ler em português ou não quer esperar, a edição brasileira não vai decepcionar. A escolha é sua!

Estamos em busca sempre numa melhora na qualidade das publicações. A NewPop fez um bom trabalho com K-ON, mas ainda há muito o que melhorar.

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

Quando eu recebi minha edição americana do mangá de K-ON […]

25 thoughts on “K-ON pela NewPop – Uma Comparação Com a Edição Americana”

  1. Nossa, se eu já achei a edição brasileira excelente o que pensarei quando pegar nessa versão americana? me sinto na obrigação de ter as duas.

    Valeu pela comparação 😛

  2. realmente, a impressão poderia ser um pouquinho melhor. Já as páginas não coloridas, ai não sei o que pensar. Talvez desses para incluí-las.

    Um ponto que eu acho que deveria ser melhor trabalhado no geral, por todas as editoras, são as fontes.
    Lá fora vejo uma variação maior de fontes, mais agradáveis de se ler. Não que sejam mais fácies de entender, mas é exatamente essa a definição, “agradáveis”. Além de preencherem melhor os balões.

    Pelo menos, a Newpop está tentando, então só precisamos continuar dando apoio e sugestões até atingir o estado ideal.

    E, olha, enquanto digitava chegou Twin Spica 8!
    Valeu Book Depository!

  3. Oi, apenas uns comentários rápidos.

    Quanto as páginas coloridas, a edição da NewPOP segue exatamente o original japonês, todo o material foi enviado em digital do Japão, nada escaneado.

    O fato da edição americanater alguma coisa colorida a mais eu não posso dizer a razão, pois como comentei, a nossa segue de forma identica a versão japonesa.

    Sobre o material das orelhas, iremos disponibilizar junto com alguns extras na edição final do mangá!

    A Teoria das Músicas não é do japonês, é algo da versão americana e não temos autorização para usar, até porque nossa base é a japonesa.

    É isso, grande abraço!

  4. Ah sim, mais uma coisinha!

    A lombada um pouco mais fina da versão NewPOP é porque a americana tem meio caderno (ou um pouco mais) adicional… o que rendeu alguns milimetros a mais.

  5. Meu irmão comprou, mas ele ainda não me passou para que eu leia… então apenas dei uma espiada básica e a primeira coisa que percebi foi esse citado abaixo:

    Repare que a impressão da edição brasileira parece estar em menor resolução, o que causa esse efeito “quadriculado” quando temos retículas (esses pontinhos que preenchem os desenhos em mangás). Infelizmente esse não é um problema isolado desse quadrinho, ele se repete em todas as páginas em preto e branco com retículas.

    Além do problema nas retículas, todas as linhas retas (como as bordas dos quadros) estão com pequenos ‘serrilhados’ em todas as páginas que eu bati o olho, e infelizmente esse é um problema que não acontece pela primeira vez com a Newpop.

    De início, um dos pontos que eu não gostava muito da Newpop era a tradução, pois eu não sentia muita naturalidade nos diálogos.
    Porém quando li Dororo, gostei muito da tradução (de Mie Ishii, se não me engano) mas fiquei decepcionado com os serrilhados presentes em todos os cantos.

    Na época mandei um email comentando esse problema e, coincidentemente, um tempo depois a Newpop disse que o volume 2 iria sofrer atrasos devido a ‘complicações técnicas’.
    Quando li o volume 2, não lembro de ter percebido tantos serrilhados como na primeira edição.

    Mas em K-ON, parece que apesar de acertarem na tradução, aconteceu esse problema no escaneamento/tratamento/impressão/whatever. =/

    —-

    E, olha, enquanto digitava chegou Twin Spica 8!
    Valeu Book Depository!

    Meio off, mas o meu Twin Spica 8 foi postado em 09 de Julho, vamos ver quando chega… Amazons e Deepdiscounts tão sempre demorando quase 2 meses pra chegar. =/

  6. @Panina, Não sei se daria pra inclui-las. São 8~9 capítulos o volume inteiro. Cada um desses capítulos tem 1 página colorida, ou seja, mais 9 páginas coloridas. Eles coloriram no geral 4 páginas, algo bem distante das 9 que faltaram.

  7. Tô loco pra ter logo K-On em mãos.

    Ps:é impressão minha ou tem mesmo percy jackson em uma das fotos?kk

  8. Curiosidade: Esse quadriculado na impressão se chama “efeito Moiré”, e é bem mais comum do que se imagina xD

    Como a impressão é em PB, provavelmente a imagem foi redimensionada (pra mais ou pra menos, mas bem pouco) ou a gráfica acabou cagando o fotolito de um jeito que não deu pra ver antes do resultado final. O que eu acho mais provável, não confio em gráficas 😛

    E na página em cores, a cor amarela está fora de registro. Isso incomoda um pouco na definição, mas deve ser do tipo de coisa que só eu reparo, por já ter mexido com isso xD

  9. É, ainda continuamos atrás dos americanos em termos de edição rs. Mas como disse o Panina, ao menos a NewPOP está tentando. Como preciso escolher a dedo os mangás que trago de fora, ainda não posso ter esse luxo de escolher e ficarei com a edição brasileira.

  10. Obrigado ao Junior Fonseca por vir aqui no blog comentar a edição brasileira de K-ON! Saiba que o Anikenkai sempre vai apoiar e reverenciar um bom trabalho por parte das editoras brasileiras (mas sem deixar de apontar os defeitos).

    @Leonardo Prado

    Amiche, eu to ligado que esse efeito é comum, mas acho que merecia um cuidado melhor por parte dos responsáveis pela revisão. Acabou ficando, de certo modo, ofensivo à leitura.

  11. Ah… e ainda falando do comentário do @Junior Fonseca:

    Eu não sabia que o “tutorial” de como tocar guitarra era próprio da edição americana. Obrigado por esclarecer.

    Quanto às páginas coloridas, eu acho que houve algum problema de comunicação pois dá pra ver claramente que as páginas que eram para ser coloridas estão com um estilo diferente de “preenchimento” do que as normais em preto e branco.

  12. Apenas sobre as páginas coloridas…

    Citando o caso do mangá 07-Ghost, publicado aqui pela Panini, havia algumas páginas que encontrei coloridas na net e tals, mas que na edição nacional estavam em P&B.

    Conversando com a Karen (tradutora), ela me disse que no tanko japonês essa páginas também estavam em P&B, mas vinham como “extras” em cores (geralmente publicadas apenas nas revistas semanais/mensais) no final do mangá. Ou seja, o exemplar japonês também vinha com uma imagem mais escura no volume, mas, lá na frente, era possível ter acesso às imagens coloridas.

    O que pode ter acontecido é que a editora norte-americana tenha conseguido autorização para utilizar essas imagens coloridas “extras” em substituição às páginas originais (P&B). Assim, a NewPOP estaria sim seguindo o padrão japonês… mesmo que isso signifique menos “mimos” ao público brasileiro.

    Sobre as questões “externas” entre as duas edições… vale lembrar que as editoras norte-americanas têm um poder de barganha bem superior às brasileiras. Elas conseguem personalizar (leia-se “impor”) mais as edições aos seus “gostos”.

    Nada de importar! Dêem valor ao que é do nosso mercado! Claro, quando o produto se mostra de qualidade!!! E este é o caso, não é?!

    Parabéns NewPOP e Jr. pelo excelente trabalho, seja diretamente nos mangás ou na sua relação com os fãs/consumidores.

    Sobre o texto… A única “ressalva” que faço é quanto a “ordem” dos mangás nas fotos. Seria bem legal manter um padrão do tipo: brasileira sempre à direita e/ou acima, enquanto que a estrangeira, obviamente, ficaria na posição inversa.

    1. @Ikari387

      Obrigado pelo comentário. De fato é provável que isso tenha acontecido mesmo. E como eu disse, a única vantagem real de se importar a edição americana seriam as páginas coloridas a mais e a impressão melhor. Na verdade, o único defeito GRAVE mesmo da edição brasileira seria a impressão das páginas preto e branco. E quanto à capa, prefiro bem mais a brasileira mantendo a escrita em japonês. A edição brasileira vale sim a pena! Principalmente pela boa tradução e pela presença de páginas coloridas e bom papel.

  13. Saudações

    Sempre mantenho uma linha de raciocínio que prega a compra das obras quando publicadas em nosso País.

    Posso dizer que, sem sombra de dúvidas, “K-ON!” é o mangá mais caprichado que já peguei em mãos. Nunca gostei de fazer comparações entre edições BRA-EUA-EUR-JAP pois, querendo ou não, cada qual já tem uma característica de publicação e editorial enraizada, e equiparar-se uma à outra (geralmente a BRA se equiparar às outras) é algo que demandará tempo e muito esforço (o que logicamente seria bem-vindo).

    Achei a postagem muito bem feita e direcionada. Realmente.

    Mas, como sou da época dos mangás à R$1,99 e R$2,99 (quando estes chegaram ao Brasil pela JBC em 2000/2001), posso dizer com alegria que tenho visto uma evolução significativa neste aspecto, em todos os aspectos. Os valores aumentaram bastante, o que já era esperado (estamos falando de um período de 10/11 anos de publicação). As falhas ocorrem (e devem ser corrigidas para que um padrão seja estabelecido) mas, como adquiro apenas os títulos de meu interesse, dificilmente fico chateado com algo.[parágrafo este com o intuito de apenas esclarecer o meu ponto de vista quanto aos mangás publicados no BRA, sem nenhuma outra intenção além desta]

    No mais, a sua razão em mostrar as diferenças existentes em edições do mangá publicadas em alguns Países é notória e bem-vinda, DidCart. Não concordo, mas entendo a importância de se fazer tal comparação.

    Desculpe se fui intransigente em algum momento.

    Até mais!

  14. Esse efeito Moire é um clássico.
    Apenas imaginando baseado no que vi nas edições nacionais, que as vezes você vê esse problema, com as importadas que eu ainda não vi, e comparando novamente com outras publicações nacionais, acho que esse problema ocorre na editora, antes de chegar na gráfica.

    Falta algum padrão ai, algum tratamento do material ou problema para evitar que na hora de formatar os desenhos para o tamanho das páginas esse problema aconteça.
    É como você tratar uma imagem no Paint do Windows. Vai ficar uma droga. Agora, você pega um Paint.net e tem resultados de photoshop. Não seria um problema nos programas de edição que a Newpop usa que não vetoriza a imagem corretamente?

    Sobre as páginas coloridas, só de estarem lá já fico feliz.
    Mas agora eu gostaria de consistência.
    Aquelas pequenas tiras coloridas que tem entre os capítulos são mais interessantes do que ter os posteres coloridos. Mas ai, acho que já é caso para se avaliar cada um independentemente, já que tem mangás que as imagens ficam boas impressas em PB enquanto que outros quando fazer isso ficam MUITO feios, mal dá para entender direito.
    E essa história de no japonês quando publicam na antologia é de um jeito e no tanko é de outro, acho que falta melhor comunicação com os japoneses. Tem que pegar sempre a “melhor versão” daquela obra.

    Meio off, mas o meu Twin Spica 8 foi postado em 09 de Julho, vamos ver quando chega… Amazons e Deepdiscounts tão sempre demorando quase 2 meses pra chegar. =/
    O meu também, e de todos que compraram a pré venda.
    Aqui (RJ), foram 9 dias para chegar.

  15. O mangá de K-ON ficou bom, tem o que melhorar, mas está bom e já é um começo pra uma melhora nos mangás do Brasil. Ainda não comprei mas vou comprar com certeza. E o comentário do Editor mostra que ele está atento ao público, dando esclarecimento e etc, o que é muito bom. Vou apoiar com certeza a New Pop =D

  16. Ainda não comprei nenhuma das edições,mas acho que a da newpop ficou um pouco melhor comparando a capa,ficou muito feia a fonte que a que a Del Rey usou.

    E outra coisa,querer comparar a brasileira com a americana já é demais,nosso mercado ainda é pequeno,enquanto ao dos americano é muito maior que o nosso.

    Ficamos sem algumas páginas coloridas e com uma lombada feia,sacanagem da newpop,fiquei com grandes expectativas ‘-‘

  17. A edição Brasileira está legal,vou comprar ela porque estou sem paciência pra esperar chegar do boookdepository XD Assim como é a anciedade por Bakuman 🙂

    Agradeço pela comparação,foi bem precisa!

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